Caso os cinco deputados denunciados pela Drácon sejam afastados pela Justiça, haverá mudança nas forças partidárias da Câmara Legislativa
A escolha do nome que vai ocupar a presidência da Câmara Legislativa a partir de 2017 não depende apenas do voto dos 24 deputados distritais. Uma decisão do Conselho Especial do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) pode atrapalhar os planos de muitos candidatos, já que caberá aos desembargadores do colegiado julgar o pedido de afastamento cautelar dos cinco parlamentares denunciados pela Operação Drácon. A situação incendiou ainda mais a disputa pelo comando da Casa.
Caso seja acatado, haverá uma mudança nas forças partidárias no Legislativo local, o que vai influenciar na eleição da nova Mesa Diretora, marcada para o dia 15 de dezembro. O conselho se reúne às terças-feiras. Os distritais denunciados têm até o dia 7 de dezembro para se defenderem contra a solicitação de afastamento feita pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT).
Celina Leão (PPS), Raimundo Ribeiro (PPS), Julio Cesar (PRB), Bispo Renato (PR) e Cristiano Araújo (PSD), se afastados, serão substituídos por Roosevelt Vilela (PSB), Virgílio Neto (PSDB), Leila Barros (PRB), Dr. Charles (PTB) e Washington Mesquita (PTB), respectivamente. Negociações em curso poderão voltar à estaca zero.
O Metrópoles ouviu três dos cinco suplentes. Washington Mesquita garante que não foi procurado por nenhum candidato em busca de votos. Mas não esconde a expectativa de retornar à Câmara. “Tive 12 mil votos. Mais do que oito deputados que estão na Casa. Acredito na Justiça”. Os outros dois contaram que já foram sondados. Porém, preferiram esperar a decisão do TJDF para se manifestarem oficialmente.
Diante do cenário, a oficialização do nome de Joe Valle (PDT) para o comando da Casa, na sexta (25), foi considerada prematura por alguns colegas. Apoiado pelo Bloco Sustentabilidade e Trabalho – que tem ainda o PV e a Rede -, o pedetista sabe que o seu futuro está condicionado a essa decisão. Principalmente porque disputa com Agaciel Maia (PR) a preferência do Palácio do Buriti.
Apoio do Buriti
Agaciel é a primeira opção do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e será favorecido caso o grupo de Celina Leão perca os mandatos. Os suplentes, por outro lado, vão reforçar a sua candidatura. O bombeiro Roosevelt, socialista, e Leila Barros, secretária de Esportes, estão em sintonia com os desejos do chefe do Executivo local, para quem a eleição de Agaciel pode significar tranquilidade na aprovação de projetos de interesse do GDF na reta final de sua gestão.
Agaciel é a primeira opção do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e será favorecido caso o grupo de Celina Leão perca os mandatos. Os suplentes, por outro lado, vão reforçar a sua candidatura. O bombeiro Roosevelt, socialista, e Leila Barros, secretária de Esportes, estão em sintonia com os desejos do chefe do Executivo local, para quem a eleição de Agaciel pode significar tranquilidade na aprovação de projetos de interesse do GDF na reta final de sua gestão.
“Eu sempre me comportei da mesma maneira, ajudando o governo. Não fico pegando o microfone para criticar. Talvez, por isso, se fale tanto o meu nome”, analisa Agaciel, que se apressa em dizer que não está no páreo ainda.
Embora tenha sido secretário de Rollemberg e integre a base de apoio do socialista, Joe Valle tem pregado pelos corredores da Câmara ser um parlamentar “independente”, o que tem criado resistência a seu nome.
“Se eu for presidente não vou deixar de colocar para votar projetos importantes, mas não é possível que cheguem projetos de manhã sem o tempo de discussão para serem votados a tarde”, afirma o pedetista.
Liliane Roriz
Isolada desde que grampeou seus pares e entregou as gravações para o MPDFT, abastecendo de provas a força-tarefa que investiga a destinação de emendas parlamentares a empresas privadas em troca de propina, Liliane Roriz (PTB) pode ganhar dois colegas de legenda: Dr. Charles e Washington Mesquita.
Isolada desde que grampeou seus pares e entregou as gravações para o MPDFT, abastecendo de provas a força-tarefa que investiga a destinação de emendas parlamentares a empresas privadas em troca de propina, Liliane Roriz (PTB) pode ganhar dois colegas de legenda: Dr. Charles e Washington Mesquita.
Numa disputa acirrada, três votos fazem muita diferença na contagem final. Tem que saber se ela combinou com os dois suplentes, ligados ao ex-senador Gim Argello antes de ele ser preso e condenado pela Lava Jato, para eles se aliarem a ela.
Evangélicos
Um eventual afastamento dos cinco distritais denunciados atrapalha, também, os planos da chamada bancada evangélica. O grupo será atingido em cheio, já que entre seus integrantes estão Celina Leão, Bispo Renato, Cristiano Araújo e Julio Cesar, quatro dos cinco denunciados.
Unidos pela fé e pelo interesse em manter o comando da Casa, os evangélicos estão divididos entre Sandra Faraj (SD), muito ligada à ex-presidente da Câmara, e Rodrigo Delmasso (PTN), que também tem trânsito bom no Buriti. A bancada da Bíblia tem ainda o apoio de Telma Rufino (sem partido) e Rafael Prudente (PMDB).
Acompanhando de longe, mas não muito, estão o PMDB e o PT. Os petistas já fecharam questão. A legenda quer a vice-presidência. O nome escolhido para ocupá-la é Ricardo Vale. Ele avalia, entretanto, que a decisão da Justiça pode mudar o cenário.
Vamos ver o que vai ocorrer nos próximos dias e como o voto dos desembargadores pode influenciar nas escolhas das chapas."
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