postado em 24/11/2016 21:10 / atualizado em 25/11/2016 12:21
Recém-empossada pelo Ministério da Educação (MEC) como reitora da Universidade de Brasília (UnB), a professora Márcia Abrahão Moura diz que aposta no diálogo para resolver questões como a ocupação de prédios da universidade por estudantes e agreve dos trabalhadores técnico-administrativos.
"A universidade é feita por pessoas que sabem dialogar e são muito bem preparadas, sejam estudantes, técnicos ou docentes. Sempre resolvemos as questões internas com diálogo, desde que a universidade foi fundada. Não é agora que não vamos [conseguir] resolver", argumentou.
Os técnicos estão em greve desde 24 de outubro. Já as ocupações ocorrem em 15 prédios da UnB e no campus Planaltina desde o final de outubro. Tanto os estudantes quanto os servidores protestam contra a PEC 55, que limita os gastos do governo federal, a chamada PEC do Teto.
"Essa pauta é principalmente nacional, tem muito mais a ver com questões nacionais que com questões internas da universidade. Começamos a conversa com os estudantes ontem mesmo e hoje temos alguns interlocutores conversando", diz a nova reitora.
Ontem (23), a segunda instância da Justiça Federal suspendeu por 15 dias a decisão do juiz federal Itagiba Catta Pretta, que determinava a desocupação imediata das instalações da UnB. A decisão foi proferida pelo desembargador Jirair Meguerian, para quem é prudente aguardar mais 15 dias para efetivar a desocupação, uma vez que a nova reitora deverá retomar a negociação com os estudantes. A expectativa da reitora é que a desocupação ocorra antes do fim do prazo.
Já em relação à greve, Márcia Abrahão diz que administração não interfere e respeita os movimentos. "Vamos trabalhar com diálogo e com a ciência de que a universidade deve voltar a funcionar plenamente o mais rapidamente possível", falou.
Currículo
Docente da Universidade de Brasília desde 1995, Márcia Abrahão Moura é a primeira mulher a exercer o cargo de reitora efetiva na instituição. Tem graduação (1986), mestrado (1993) e doutorado (1998) em Geologia pela UnB, com período sanduíche na Université d'Orléans e BRGM, na França.
Ela também é pós-doutora na área (2003-2004) pela Queen’s University, do Canadá. Além do ensino na graduação, acumula experiência como pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e membro do Programa de Pós-Graduação em Geologia, um dos únicos na UnB com conceito 6 na avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Agência Brasil
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