Delegado explica que cédulas estão sendo monitoradas a partir da numeração.
Seis já foram presos e dois têm prisão decretada por participação no ataque.
Os R$ 51,2 milhões roubados no mega-assalto à empresa de transporte de valores Prosegur, em Ribeirão Preto (SP), na madrugada de 5 de julho, estão escondidos pelos assaltantes, em espécie, desde a data do crime.
A afirmação é do delegado João Osinski Junior, diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter 3), explicando que as cédulas roubadas estão sendo monitoradas pela Polícia Civil, a partir da numeração de cada uma delas.
“Esse dinheiro não voltou à circulação no sistema bancário. Quem está com o dinheiro, tem ele escondido consigo, ou enterrado, ou guardado em lugar seguro. O sistema financeiro nos ajuda a monitorar toda a movimentação bancária no país. Temos a certeza de que esse dinheiro continua em espécie e guardado em algum lugar que esperamos descobrir”, disse.
Nesta terça-feira (16), Osinski Junior contou que, ao contrário da suspeita inicial da polícia, a quadrilha não fugiu em diversos veículos, mas na carroceria de um caminhão de transporte de grãos. O dinheiro e o armamento usado na ação também foram levados na carreta.
“Todos embarcaram em um caminhão, com dinheiro, com armamento, e fugiram. Isso não despertou a atenção porque a polícia procurava vários veículos que participaram de um roubo, e não um caminhão graneleiro”, afirmou.
O veículo pertence a uma transportadora de Viradouro (SP). A Justiça já decretou a prisão temporária do proprietário da empresa, que permanece foragido. O delegado disse que o homem já foi preso em 2004 por furto a caixa eletrônico em São Bernardo do Campo (SP).
"Ele é um dos cabeças. Nós já conseguimos identificá-lo em diversos locais de roubo. Não só participando diretamente, fornecendo os meios de transporte, mas, inclusive, com armamento pesado. Com certeza, é um elo-chave dentro dessa organização criminosa", afirmou.
Investigação
Até agora, seis homens foram presos por participação no mega-assalto à Prosegur, em 5 de julho.Dois foram encontrados nesta terça-feira em Atibaia (SP) e na capital paulista, onde a polícia tentou cumprir um terceiro mandado de prisão, mas o suspeito não foi encontrado.
Até agora, seis homens foram presos por participação no mega-assalto à Prosegur, em 5 de julho.Dois foram encontrados nesta terça-feira em Atibaia (SP) e na capital paulista, onde a polícia tentou cumprir um terceiro mandado de prisão, mas o suspeito não foi encontrado.
Dois deles, de 32 e 34 anos, foram presos em 15 de julho em um resort em Rio Quente (GO).Com eles, a polícia apreendeu R$ 160 mil em dinheiro. Outro homem foi preso no mesmo dia, em Ribeirão Preto, com R$ 34 mil e armas.
Os suspeitos eram vigilantes da Protege e tinham informações privilegiadas sobre a rotina de trabalho nas empresas de segurança e transporte de valores. Na sequência, as investigações ainda identificaram mais dois suspeitos, dos quais um foi preso e o outro segue foragido.
Osinski Junior disse que a polícia já solicitou à Justiça o sequestro dos bens de todos os presos em favor da União. O objetivo, segundo o delegado, é recuperar parte do prejuízo causado pela quadrilha no mega-assalto.
“Pretendemos não só desestimular esse tipo de crime, mas também que eles permaneçam presos, uma vez que, não tendo recursos, dificilmente conseguirão obter bons advogados para tirá-los da cadeia”, afirmou.
Para o diretor do Deinter-3, mais importante do que a prisão dos suspeitos é a produção de provas que resultem na condenação do grupo, após o fim do inquérito e a acusação do Ministério Público.
“Não adianta apenas prender, se não conseguir provar que eles estão realmente envolvidos. Mais importante do que prender é produzir provas para que permaneçam presos e sejam condenados pelos crimes”, concluiu.
Entenda o caso
A ação, na madrugada de 5 de julho, durou cerca de uma hora. A PM estima que 40 homens tenham explodido o prédio da Prosegur e usado 15 veículos – três foram queimados e outros sete abandonados em um canavial. Vizinhos da empresa ficaram no meio do fogo cruzado.
A ação, na madrugada de 5 de julho, durou cerca de uma hora. A PM estima que 40 homens tenham explodido o prédio da Prosegur e usado 15 veículos – três foram queimados e outros sete abandonados em um canavial. Vizinhos da empresa ficaram no meio do fogo cruzado.
Na Rodovia Anhanguera (SP-330), um policial rodoviário de 43 anos foi morto com um tiro na cabeça, durante a fuga da quadrilha. Um morador de rua, de 38 anos, que teria sido usado como escudo, também morreu após o assalto.
De acordo com a PM, o grupo estava fortemente armado e tinha desde pistolas a fuzis 556, 762 e ponto 50, munição capaz de derrubar aviões. Dinamite foi usada para explodir o prédio e acessar o cofre.
Osinski Junior disse que o grupo estava preparado para enfrentar um batalhão. Este foi o terceiro crime do mesmo tipo no Estado de São Paulo só em 2016, o que leva a polícia a suspeitar que a mesma quadrilha esteja coordenando os ataques.
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