por Hylda Cavalcanti, da RBA publicado 12/08/2016 13:23, última modificação 12/08/2016 13:54
Sessão para votação da cassação do deputado afastado Eduardo Cunha está marcada para 12 de setembro
Brasília – Depois das críticas duras feitas pelos deputados ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (PMDB-RJ), ontem (11), por ter deixado para setembro a sessão que vai cassar Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o dia de hoje promete, mesmo com o esvaziamento da Câmara dos Deputados para retorno destes parlamentares aos seus estados, ser de articulações tanto pelo grupo de Cunha como pelos que não engoliram o atraso da data. A primeira intenção nesse sentido será feita pelo líder da Rede, Alessandro Molon (RJ), que apresentará até segunda-feira um requerimento pedindo a antecipação da votação.
Molon disse que considera inaceitável tanta demora para ser marcada a votação, com uma pauta praticamente vazia na próxima semana, o que traduz bem as articulações que estão sendo feitas para salvar Cunha, “inclusive com o aval do Palácio do Planalto”, destacou. Ele ressaltou que, se ficar mesmo para 12 de setembro, como anunciou o presidente da Casa, a sessão terá tudo para não ter quórum suficiente por conta da proximidade das eleições municipais.
Por outro lado, os integrantes do chamado Centrão, grupo formado por partidos aliados de Cunha, como PP, PSD e PTB, já fizeram uma das primeiras reuniões para tratar do tema na noite de ontem e ficaram de conversar com os demais deputados para que faltem à sessão, como forma de terem, nas eleições, um bom argumento para se justificarem à opinião pública. “Sabemos que no PMDB, mais da metade da bancada vai faltar a esta votação. A estratégia é evitar o quórum”, disse ontem um peemedebista.
Para o deputado Chico Alencar (Psol-RJ), autor da representação contra Eduardo Cunha que resultou no processo contra ele, a articulação dos aliados do ex-presidente da Câmara já era esperada, mas a mobilização a ser feita, tanto por eles, como pelos movimentos sociais, nos próximos dias é que poderá deixar um clima de constrangimento aos que evitarem comparecer e dar sua posição sobre o parlamentar. “É reflexo do medo velado dos que temem delação premiada por parte dele (Cunha)”, afirmou.
As discussões, portanto, têm tudo para ser ainda mais fortes a partir da próxima segunda-feira, e os parlamentares contra Cunha pretendem, se conseguirem a aprovação do requerimento ou alguma interposição de pedido junto ao Judiciário, antecipar a votação para os próximos dias 17 a 19. Muitos admitem ser difícil, mas acham que se fizerem um amplo trabalho de passeatas e manifestações no país pedindo a saída do deputado afastado, poderão se articular para garantir quórum suficiente na sessão de setembro.
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