segunda-feira, 3 de novembro de 2014

 
10:06 03.11.2014

Vigília na Casa Branca por 43 estudantes desaparecidos no México

© Jorge Lopez / ReutersOs manifestantes exigem o regresso dos 43 estudantes que desapareceram em 26 de setembro na cidade de Iguala, após uma noite de violência em que foram mortas seis pessoas pela polícia local, em presumível conluio com o cartel do narcotráfico 'Guerreros Unidos'.

Cerca de 60 pessoas realizaram, este domingo, uma vigília junto à Casa Branca para exigir justiça no âmbito do caso dos 43 estudantes desaparecidos, há mais de um mês, no México.

Os participantes, a maioria mexicanos residentes em Washington, cumpriram um minuto de silêncio para "expressar apoio aos familiares das vítimas" que "vivem um calvário", disse a porta-voz dos manifestantes, Francia Rábago, à agência Efe.

Durante a vigília, convocada através do Facebook, foram acesas velas e lidos os nomes dos estudantes da cidade de Iguala, no estado de Guerrero, cujo desaparecimento é atribuído à polícia.

"Não acredito que o Governo do México esteja a fazer todos os possíveis" para esclarecer o caso, sublinhou Francia Rábago, que trabalha como consultora de desenvolvimento internacional.

"É escandaloso que algo do género possa acontecer num país como o México no século XXI", disse a mesma responsável, apelando ao fim da impunidade.

Os manifestantes escolheram a Casa Branca para realizar a vigília porque os Estados Unidos e o resto da comunidade internacional "têm a responsabilidade de intervir para que tudo se esclareça", acrescentou.

A Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH) pediu, na passada quinta-feira, ao Governo do México para que envide mais esforços para que sejam localizados os 43 estudantes.

Os estudantes foram atacados a tiro, na noite de 26 de setembro, alegadamente por ordens do então autarca de Iguala, José Luis Abarca, e da sua esposa, María de los Ángeles Pineda, que se encontram fugidos, ambos colaboradores dos Guerreros Unidos.

Nessa noite morreram seis pessoas, 25 outras ficaram feridas e os 43 alunos foram detidos por polícias e entregues ao cartel Guerreros Unidos, cujo líder, Sidronio Casarrubias, ordenou o seu desaparecimento crendo que se tratavam de membros dos Los Rojos, um grupo criminoso rival, segundo a investigação.

Apesar de já terem sido feitas mais de meia centena de detenções, incluindo do líder máximo do cartel, e destacados 10 mil agentes para os procurar, permanece desconhecido o paradeiro dos 43 jovens.

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