A DAG Construtora, que serviu de “laranja” da
Odebrecht, no repasse de propinas para Luiz Inácio Lula da Silva, no
caso do prédio para o Instituto Lula e do apartamento 121 do Hill House,
em São Bernardo do Campo, registrou em sua contabilidade interna que os
R$ 800 mil pagos a Glaucos da Costamarques Bumlai, o “laranja” do
ex-presidente, foi referente a “multa”.
O registro diverge da versão declarada à Receita e em juízo por
Glaucos da Costamarques, que informou que o valor recebido em sua conta
em dezembro de 2010 foi pela cessão dos direitos de compra do prédio da
Rua Haberbeck Brandão, em São Paulo, que serviria para ser sede do
Instituto Lula.
O direito de compra foi fechado em agosto daquele ano em nome do
“laranja” de Lula, em negócio com os antigos proprietários do imóvel
conduzido pelo advogado Roberto Teixeira, compadre do petista.
“Vale ressaltar, como mais uma manobra de dissimulação empregada,
que a DAG lançou, em sua contabilidade, segundo documentos apreendidos,
que o pagamento de R$ 800 mil para Glaucos teria ocorrido a título de
multa, lançando a despesa em uma conta contábil denominada ‘Canteiros,
mobilização e desmobilização’, o que é evidentemente incompatível com os
termos do simulado negócio de ‘cessão de direitos’ sobre o imóvel da
Rua Dr. Haberbeck Brandão”, sustenta o Ministério Público Federal, no
processo.
Lula, Teixeira, o ex-ministro Antonio Palocci, o “laranja” Glaucos
da Costamarques, Marcelo Odebrecht e o dono da DAG, Demerval Gusmão, são
réus acusados de corrupção e lavagem de dinheiro. Eles teriam se
envolvido na operação dos dois imóveis que ocultariam R$ 12,4 milhões ao
ex-presidente.
A força-tarefa da Lava Jato aponta que os R$ 800 mil foram a
compensação pela compra por R$ 504 mil do apartamento 121 do Hill House,
vizinho ao 122, onde mora o ex-presidente desde a década de 1990 e
pertence à família, feita três meses antes, e o pagamento pelo trabalho
de “laranja” na compra dos dois imóveis, com dinheiro de propinas da
Odebrecht.
Laudo da Polícia Federal identificou em uma fórmula matemática das
planilhas de propinas da Odebrecht, o registro dos valores repassados
pela empresa para o “Prédio IL”, que seria referência ao prédio do
Instituto Lula, que mostrariam que os R$ 800 mil integram os R$ 12,4
milhões repassados em benefício de Lula.
Cerco. Principal nome do PT para as eleições de 2018, Lula vê o
cerco fechando cada vez mais a ele na Lava Jato. O petista foi condenado
por Moro a 9 anos e seis meses de prisão em processo do caso triplex do
Guarujá, que teria propina da OAS, em 12 de junho.
O Ministério Público Federal pedirá a condenação de Lula por
corrupção e lavagem de dinheiro, pelo recebimento do terreno em São
Paulo e do apartamento em São Bernardo, em contrapartida a benefícios
obtidos pela Odebrecht os governos do PT, e por ter ocultado os bens em
nome do “laranja” primo do amigo pecuarista.
Além da corrupção, a conclusão dos investigadores foi que a compra
do prédio para o Instituto Lula e do apartamento 121 do Hill House
envolveram 90 operações financeiras, de lavagem de dinheiro, para
ocultar os envolvidos e, em especial, o beneficiário do esquema, o
ex-presidente Lula
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