- 18/10/2017
A jornalista Daphne Caruana Galicia, famosa por sua investigação sobre evasão de impostos, foi morta por um carro bomba perto de sua casa em Malta.
A explosão ocorreu em torno de 15 em Bidnija, enquanto Caruana Galicia estava no comando de seu Peugeot 108. As circunstâncias do assassinato ainda precisam ser esclarecidas.
Premiada, Galizia era uma das jornalistas que compunham a rede global de investigação de corrupção conhecida como Panama Papers.
Recentemente, ela havia exposto a participação de importantes nomes do governo de Malta no esquema que envolve o uso de empresas offshores para esconder dinheiro em paraísos fiscais.
Dias antes do atentado, a jornalista já havia revelado que vinha sofrendo ameaças de morte.
O primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, admitiu que Galizia era uma critica ferrenha de seu governo e que eles divergiam politicamente, mas afirmou que “ninguém pode justificar um ato bárbaro como este”, e informou que não vai “descansar até ver que a justiça foi feita neste caso”.
“O que aconteceu é inaceitável em vários níveis. É um dia triste para nossa democracia e liberdade de expressão”, afirmou.
Os Panama Papers consistem em uma série de reportagens, divulgadas pela primeira vez no início de 2016, que revelou um esquema global de corrupção, envolvendo políticos e empresários do mundo inteiro que utilizavam empresas de fachada e offshores para esconder dinheiro em paraísos fiscais. A empresa matriz desse esquema é a Monssak Fonseca, uma consultoria e firma de advocacia do Panamá – daí o nome da investigação.
Entre os nomes supostamente envolvidos nos esquema estão o de empresários e políticos brasileiros, como o do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, até membros da família Marinho, detentora do Grupo Globo.
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