- 03/08/2017
A força-tarefa da Operação Lava Jato afirma que o PMDB comandou um ‘esquema de cobrança de propinas’ no Governo do Rio e na Prefeitura da capital fluminense. Nesta quinta-feira, 3, foi preso na Operação Rio 40 Graus, desdobramento da Lava Jato, Alexandre Pinto, ex-secretário de obras da gestão Eduardo Paes (PMDB).
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Hudson Braga, Wilson Carlos e Sérgio Cabral estão presos na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica.
A Rio 40 Graus investiga o pagamento de propina sobre as obras da segunda etapa do BRT Transcarioca e de recuperação ambiental da Bacia de Jacarepaguá.
O juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal, do Rio, expediu nove mandados de prisão preventiva, um de prisão temporária, quatro de condução coercitiva e realiza busca e apreensão em 17 endereços. O magistrado determinou a custódia por tempo indeterminado do ex-secretário de Obras Alexandre Pinto e de fiscais de obras da Secretaria, além da condução coercitiva do ex-subsecretário de Obras Vagner de Castro Pereira e do ex-presidente da Comissão de Licitação da Secretaria Municipal de Obras Miguel Silva Estima.
As obras da etapa 2 do BRT Transcarioca, trecho de ligação da Penha ao aeroporto do Galeão, foram contratadas por cerca de R$ 540 milhões. As investigações apontaram propina em três frentes: ao Ministério das Cidades, ao secretário municipal de Obras e aos fiscais responsáveis pelo acompanhamento da obra.
A 7ª Vara determinou a prisão preventiva de Laudo Dalla Costa Ziani, que teria solicitado a Antonio Cid Campelo, representante da OAS e do Consórcio Transcarioca Rio, o pagamento de 1% do valor do contrato para repassar a agentes públicos vinculados ao Ministério das Cidades de modo a viabilizar a liberação dos recursos para o projeto. Neste braço do esquema, foi identificado o pagamento de R$ 6,49 milhões por meio de contrato fictício com um escritório de advocacia que repassava os valores a Laudo.
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, acertou-se com o secretário municipal de Obras Alexandre Pinto propina de 1%, que eram entregues em dinheiro diretamente ao ex-secretário. Três fiscais teriam solicitado 3% do valor executado, que era pago em dinheiro ao final do expediente no próprio canteiro de obras por funcionários da Carioca Engenharia sempre que a Prefeitura liquidava parte do contrato.
A Lava Jato afirma que o esquema funcionava de maneira similar nas obras de recuperação ambiental da Bacia de Jacarepaguá, com custo inicial estimado em R$ 230 milhões. A obra foi executada pelo Consórcio Rios de Jacarepaguá, composto pela Carioca Engenharia e pela Andrade Gutierrez. O acerto de pagamento de propina era de 1% para Alexandre Pinto e 3% para serem divididos por três fiscais.
Ao todo, os valores de propina solicitados às empreiteiras alcançavam R$ 27 milhões nas obras da Transcarioca e pouco mais de R$ 9 milhões quanto às obras de Recuperação Ambiental da Bacia de Jacarepaguá, que, no entanto, não chegaram a ser integralmente pagos.
A reportagem pediu um posicionamento ao PMDB nacional. Não foram localizados Alexandre Pinto e Laudo Dalla Costa Ziani. O espaço está aberto para manifestação.
COM A PALAVRA, O PMDB DO RIO
“O PMDB do Rio de Janeiro nunca influenciou direta ou indiretamente na administração do Estado nem de quaisquer de suas prefeituras, cabendo a responsabilidade da escolha de seus secretários sempre aos chefes do Executivo. Tentar envolver o PMDB-RJ é uma leviandade. No caso específico do Rio de Janeiro, as pessoas envolvidas são funcionários de carreira da Prefeitura e não têm qualquer vinculação partidária”
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