Delação que envolve arrecadador de campanha do PSDB enfrenta resistência do MPF. Doleiro e empresário afirmou que mostraria provas de um repasse de R$ 100 milhões durante a gestão de José Serra como governador de São Paulo
Helena Sthephanowitz, RBA
Alvo da Operação Dragão, da Polícia Federal, o doleiro e empresário Adir Assad está preso na carceragem da PF em Curitiba desde o ano passado, sob acusação de, entre outros crimes, chefiar um esquema de empresas de fachada responsáveis por emitir notas frias para lavagem de dinheiro de propinas para empreiteiras, entre as quais a Andrade Gutierrez.
Desde a prisão, Assad, tido como operador central de desvios de obras dos governos tucanos em São Paulo, vem tentando negociar uma “colaboração premiada” na qual promete contar em detalhes e mostrar provas de um esquema criminoso na estatal paulista Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A – estatal responsável por obras viárias,), do qual fez parte Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, diretor da estatal entre 2007 e 2010, na gestão José Serra (PSDB) no governo de São Paulo.
Na tratativa com o Ministério Público Federal (MPF), Assad afirmou que mostraria provas de um repasse de R$ 100 milhões em propina a Paulo Vieira, que ele teria feito e, ainda, daria como prova detalhes sobre um imóvel onde o dinheiro em espécie era armazenado. Assad disse que o conheceu o ex diretor da Dersa há mais de 15 anos, e, foi Paulo Souza que o apresentou a representantes das maiores construtoras do País.
Paulo Vieira, conhecido como “Paulo Preto”, foi apontado pelo Ministério Público de São Paulo como figura chave nas denúncias de desvio de dinheiro público no governo de José Serra, do PSDB, ganhou notoriedade durante a campanha de José Serra à Presidência por ter fugido com R$ 4 milhões em propina que seriam usados na campanha do atualmente senador tucano.
Em depoimento no Ministério Público de Curitiba, Assad admitiu ter usado sete empresas de fachada para lavar dinheiro de empreiteiras em obras viárias na capital paulista e região da Grande São Paulo, entre elas a Nova Marginal Tietê, o Rodoanel e o Complexo Jacu-Pêssego. Assad contou aos procuradores que nos contratos com a Dersa, as empreiteiras subcontratavam suas empresas, o valor das notas frias era transformado em dinheiro e as companhias indicavam os beneficiários dos recursos.
Segundo conta Assad, entre 2007 e 2012, o “noteiro” movimentou cerca de R$ 1,3 bilhão em contratos fictícios assinados com grandes construtoras.E ainda propôs aos procuradores mapear o funcionamento do sistema paralelo de finanças das construtoras, responsável por abastecer as contas de suas empresas, e de como firmas sem prestar serviços e sem ter funcionários conseguiram movimentar quantias milionárias nos bancos brasileiros.
Uma pergunta: será que o MPF também vê ameaça na delação que envolve bancos?
A relação das empresas de Assad com obras nos governos tucanos em São Paulo já apareceram nas quebras de sigilo de construtoras que respondem a processos. Os documentos mostram um pagamento de R$ 37 milhões do Consórcio Nova Tietê, liderado pela Delta Engenharia e vencedor da licitação de um dos lotes da Nova Marginal, para uma das empresas de Adir Assad.
Das empresas que executaram obras no Rodoanel, o Consórcio Rodoanel Sul 5 Engenharia, formado por OAS, Carioca Engenharia e Mendes Júnior, depositou R$ 4,6 milhões na conta da Legend Engenheiros, de Assad. O SVM, do qual a Andrade Gutierrez faz parte, pagou R$ 7,4 milhões para a Legend, entre 2009 e 2010. O consórcio atuou no Complexo Jacu-Pêssego.
Nas primeiras tratativas para fechar delação premiada, Assad delatou Paulo Vieira Souza que, além de ex-diretor da Dersa, é sabidamente ligado a políticos do PSDB. O doleiro afirma ter provas de propinas em obras tocadas há anos pelos sucessivos governadores tucanos de São Paulo. Todas já foram denunciadas pelo Ministério Público Paulista, mas o caso não andou.
Apesar disso, o depoimento do doleiro para o Ministério Público Federal de Curitiba foi avaliado como “frágil“, mesmo sendo Assad considerado o operador central de desvios de recursos dessas obras.
Diante de tantos detalhes apresentados na confissão e mais a promessa de apresentar provas das acusações de corrupção nas obras tucanas, causa certa estranheza que as negociações para delação enfrentem resistência por parte do Ministério Público Federal. Afinal, “ninguém está acima da lei ou fora do seu alcance“, como disse Rodrigo Janot sobre Temer.
QUERO MEU PAÍS DE
VOLTA.
Neimar Fernandes
A aeronave Gulfstream
G650 adquirida por 65 milhões de dólares em novembro de 2016, que saiu de
Guarulhos no último dia 10 de maio, pousou no aeroporto de Terterboro, em Nova
Jersey, vizinha a Nova York, onde possui um angar.
O iate, um Azymut
Leonardo de 100 pés, batizado como "WHY NOT" (Porque não), lançado ao
mar em janeiro de 2017 a um custo de 10 milhões de dólares, zarpou dia 18 de
maio para Miami, onde está ancorado na Marina Biscayne bay Bayside.
O dono desses
"mimos" já está morando em seu novo endereço, Baccarat Residences na
esquina da Rua 52 com a Quinta Avenida, avaliado em 10 milhões de7 dólares.
Para manter-se
confortavelmente, este empresário contratou a Baker McKenzie, maior banca de
advogados do mundo, com 77 escritórios em 47 países, para defendê-lo e providenciar
a mudança da sede do seu conglomerado de empresas para os Estados Unidos da
América.
O faturamento dessas
empresas aumentou 3.400% nos últimos 10 anos e hoje as vendas externas
representam mais de 80% do total. Assim, ele achou melhor dar adeus ao Brasil
após receber 12,8 bilhões de Reais do BNDES. Vale lembrar que esses recursos
deveriam gerar empregos no Brasil, mas infelizmente restou-nos apenas o calote.
Como se não bastasse
todo este escárnio, Joesley Batista obteve o perdão do nosso judiciário após
acordo espúrio, delação debochada e sob medida para os objetivos dele, lambança
generalizada no mercado financeiro, que por sinal lhe rendeu 230 milhões de
Reais em apenas 2 dias e uma crise sem precedentes na governabilidade da nação.
Enquanto a esplanada dos ministérios pega fogo, literalmente, eu me questiono
se me encontro em meu perfeito juízo ao rabiscar estas notas.
Uma quadrilha toma de
assalto o país leva cerca de 10% de nosso PIB, algo como 600 bilhões de Reais,
coisa nunca vista no mundo, deixa um rastro de 13 milhões de desempregados e ao
invés de união para cobrarmos.
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