Com o agravamento da crise migratória na Europa, muitas imagens resumiram turbilhões de sentimentos de povos e etnias diferentes, que em pleno século XXI fogem de conflitos e de condições subumanas para criar uma família com dignidade.
Do menino sírio Aylan Kurdi e seu irmão Galip, encontrados afogados recentemente na praia de Bodrum, na costa da Turquia, enquanto fugiam da guerra civil no país do silencioso líder Bashar al-Assad; até a cinegrafista de uma rede de TV nacionalista húngara que chutou pais e crianças imigrantes na fronteira com a Sérvia.
Esta semana, a cena triste ficou por conta do tratamento desumano por parte de alguns policiais, que, usando máscaras, atiravam de longe alguns pacotes de comida sobre um pequeno cercado – uma verdadeira prisão – recheado com mais de 150 refugiados famintos.
Entretanto, outra imagem rodou as telas do mundo também e, desta vez, resgatou a fé na humanidade: perto da cidade de Szeged, na mesma região da Hungria, um garotinho foi clicado oferecendo aos guardas um biscoito. O registro foi feito pelo repórter da NBC, Carlo Angerer, que publicou em seu Twitter.
A foto vem à tona num momento em que o governo conservador da Hungria reforça a sua repulsa aos migrantes, uma vez que até o início de outubro uma cerca de quatro metros de altura será finalizada na divisa com a Sérvia, dando ares de Guerra Fria aos conflitos. Outros países, como a Dinamarca, têm reagido de forma parecida, fechando suas fronteiras aos refugiados e cancelando trens internacionais.
A verdade é que os imigrantes continuam a chegar – aproximadamente 175 mil passaram pela Hungria em 2015, mais de 10% da população local – mas, de acordo com o primeiro-ministro Janos Lazar, “a cerca de quatro metros será adequada para proteger o país, principalmente se policiais estiverem patrulhando o outro lado.”
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