sábado, 12 de setembro de 2015

Na Hungria, menino refugiado oferece comida aos policiais da fronteira; veja

(Carlo Angerer/Divulgação/Twitter)(Carlo Angerer/Divulgação/Twitter)
Com o agravamento da crise migratória na Europa, muitas imagens resumiram turbilhões de sentimentos de povos e etnias diferentes, que em pleno século XXI fogem de conflitos e de condições subumanas para criar uma família com dignidade.
Do menino sírio Aylan Kurdi e seu irmão Galip, encontrados afogados recentemente na praia de Bodrum, na costa da Turquia, enquanto fugiam da guerra civil no país do silencioso líder Bashar al-Assad; até a cinegrafista de uma rede de TV nacionalista húngara que chutou pais e crianças imigrantes na fronteira com a Sérvia.
Esta semana, a cena triste ficou por conta do tratamento desumano por parte de alguns policiais, que, usando máscaras, atiravam de longe alguns pacotes de comida sobre um pequeno cercado – uma verdadeira prisão – recheado com mais de 150 refugiados famintos.
Entretanto, outra imagem rodou as telas do mundo também e, desta vez, resgatou a fé na humanidade: perto da cidade de Szeged, na mesma região da Hungria, um garotinho foi clicado oferecendo aos guardas um biscoito. O registro foi feito pelo repórter da NBC, Carlo Angerer, que publicou em seu Twitter.
Cena desconsertou não só os guardas, como muitas pessoas ao redor do mundo. (Carlo Angerer)Cena desconsertou não só os guardas, como muitas pessoas ao redor do mundo. (Carlo Angerer)
A foto vem à tona num momento em que o governo conservador da Hungria reforça a sua repulsa aos migrantes, uma vez que até o início de outubro uma cerca de quatro metros de altura será finalizada na divisa com a Sérvia, dando ares de Guerra Fria aos conflitos. Outros países, como a Dinamarca, têm reagido de forma parecida, fechando suas fronteiras aos refugiados e cancelando trens internacionais.
A verdade é que os imigrantes continuam a chegar – aproximadamente 175 mil passaram pela Hungria em 2015, mais de 10% da população local – mas, de acordo com o primeiro-ministro Janos Lazar, “a cerca de quatro metros será adequada para proteger o país, principalmente se policiais estiverem patrulhando o outro lado.”

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