Budapeste, 3 set (EFE).- A Hungria responsabilizou nesta quinta-feira a Alemanha pelo caos na estação Keleti, em Budapeste, onde centenas de refugiados esperam há dias para embarcar em trens que os levem à Alemanha.

O ministro húngaro de Governo, János Lázár , disse em entrevista coletiva em Budapeste que o Executivo alemão mandou uma mensagem aos sírios "prometendo asilo".

"A Alemanha cometeu erros de comunicação quando deixou em situação incerta os refugiados que querem seguir em direção a Europa Ocidental", acrescentou.

Lázár insistiu que o governo alemão não esclareceu sua postura, e que por isso "houve insegurança durante dias".

A Embaixada da Alemanha na Hungria informou ontem que aplicará as normas do Convenção de Dublin, que determina que a pessoa que busca asilo na União Europeia (UE) deve se registrar no primeiro país comunitário em que chegar.

Centenas de refugiados esperam há dias em frente à estação de trens Keleti para poder viajar para Áustria e Alemanha, depois de segunda-feira as autoridades húngaras os terem deixado seguir seu rumo.

A Áustria criticou a Hungria por ter deixado os refugiados passarem, embora também não os tenha parado em seu caminho para a Alemanha.

Um trem lotado de refugiados partiu hoje, às 11h18 (6h18 em Brasília), de Budapeste para a cidade de Sopron, no nordeste da Hungria, na fronteira com a Áustria, comprovou a Agência Efe.

No entanto, o comboio foi parado pouco depois na cidade Bicske, a oeste da capital, para admitir os imigrantes em um centro de amparo, informou a agência "MTI".

O ministro disse que seu país pediu aos refugiados que se registrem no Escritório de Imigração de Budapeste.

Lázár também criticou a UE por "não ser capaz de lidar com a situação" e reiterou que seu país não pode aceitar a proposta de Bruxelas de distribuir os refugiados mediante um sistema de cotas vinculativas.

"Itália, Grécia e Hungria são incapazes de enfrentar sozinhos a situação", afirmou o ministro, em referência à disposição de Dublin, que faz com que os países com fronteiras extracomunitárias tenham uma carga desproporcional de refugiados.

O parlamento húngaro debate hoje e amanhã um projete que endurece a legislação migratòria, aumenta as penas, para até três anos de prisão, para quem atravessar ilegalmente a fronteira, e abre a possibilidade de mobilizar o exército na defesa de sua fronteira.EFE