Por Maria Tsvetkova
MOSCOU (Reuters) - Moscou gastou mais de 1 bilhão de dólares em apoio aos rebeldes separatistas no leste da Ucrânia e pelo menos 220 soldados russos foram mortos na região, de acordo com relatório de ativistas da oposição russa divulgado nesta terça-feira.
O relatório era o último projeto de Boris Nemtsov, figura de oposição e crítico ao Kremlim assassinado neste ano, que usou informações de fontes abertas e entrevistas com famílias para contradizer o argumento de Moscou de que não existem tropas russas servindo no confronto na Ucrânia.
Nemtsov foi morto a tiros em Moscou em fevereiro e membros de seu partido, o liberal RPR-Parnas, e diversos jornalistas da oposição ajudaram a terminar o relatório de 65 páginas.
Um porta-voz do Kremlin se negou a comentar sobre o assunto, dizendo que não era familiar com a questão e não poderia dizer se o presidente russo, Vladimir Putin, iria analisar.
"A guerra com a Ucrânia é uma guerra não declarada, uma guerra cínica, que representa um crime contra toda a nação russa. Putin irá entrar para a história como o presidente que fez russos e ucranianos inimigos", disse Ilya Yashin, ajudante de Nemtsov no relatório, durante entrevista coletiva.
O Ocidente acusa a Rússia de prover armas e tropas para os separatistas que lutam contra forças do governo ucraniano, assim como treinamentos e informações de inteligência. Foram impostas sanções contra Moscou por conta do conflito, que já matou mais de 6.100 pessoas.
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