Violentos confrontos explodiram nesta sexta-feira (1º) em Milão entre a polícia e dezenas de pessoas que usavam máscaras contra gases durante uma manifestação contra a Exposição Universal, que foi inaugurada na cidade italiana.
O movimento cidadão 'No Expo' e outras organizações ativistas começaram a se reunir em um ambiente festivo para desfilar pelas ruas de Milão. Os organizadores da manifestação esperam reunir 30.000 pessoas.Os manifestantes incendiaram vários carros e latas de lixo e jogaram pedras e outros objetos contra a polícia, que respondeu com gás lacrimogêneo.
A Exposição Universal de Milão abriu as portas nesta sexta-feira para seis meses de debates e eventos a respeito da agricultura e a alimentação, sob a sombra dos protestos organizados pelos críticos do evento.
Os primeiros visitantes chegaram durante a manhã para observar as dezenas de pavilhões, após meses de obras.
A inauguração, na presença do primeiro-ministro italiano Matteo Renzi e de outras autoridades internacionais, aconteceu no grande teatro ao ar livre da Expo, onde o Cirque du Soleil se apresentará durante seis meses.
Apesar da forte presença das forças de segurança, os acessos à área da Expo permaneciam problemáticos, com dificuldades para a entrada de veículos e atrasos no metrô.
Quase 140 países participam no evento, que prosseguirá até o fim de outubro com o lema oficial "Alimentar o planeta, energia para a vida".
Em meio a vários escândalos de corrupção, as obras da Expo acumularam atrasos e os operários se viram obrigados a trabalhar por vários meses em sistema de rodízio as 24 horas do dia.
A Itália espera receber quase 20 milhões de visitantes no evento, que o governo trata como o símbolo da recuperação econômica do país, mas que provocou muitas polêmicas.
Muitos criticam a forte presença das grandes multinacionais da indústria agroalimentar entre os patrocinadores, fato considerado considerado contraditório com a mensagem humanista da Expo.
O evento tem quase 80 pavilhões, sendo 54 administrados diretamente por países, nove dedicados a produtos concretos como café ou arroz e outros que abrigam empresas ou organizações da sociedade civil.
A Itália espera faturar quase 10 bilhões de euros, quase metade para o turismo em Milão e na região da Lombardia.
Mas muitos manifestantes, reunidos no movimento 'No Expo', denunciam o gasto desnecessário de dinheiro público, as condições precárias dos trabalhadores e a exploração dos voluntários.
Os protestos começaram na quinta-feira.
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