terça-feira, 18 de novembro de 2014

Advogado vai pedir a transferência de Youssef para hospital em São Paulo

17/11/2014 17h07 - Atualizado em 17/11/2014 18h01

Advogado vai pedir a transferência de Youssef para hospital em São Paulo

Doleiro é acusado de chefiar esquema de desvio e lavagem de dinheiro.
Ele está preso desde março em Curitiba e já foi hospitalizado três vezes.

Fernando Castro e Thais KaniakDo G1 PR
Doleiro Alberto Youssef, em depoimento nesta segunda-feira (10), em Curitiba (Foto: Reprodução)Doleiro Alberto Youssef prestando depoimento à 
Justiça Federal no dia 10 de novembro
(Foto: Reprodução)
O advogado que defende o doleiro Alberto Youssef disse que vai pedir a transferência de seu cliente para um hospital de São Paulo devido ao estado de saúde dele. A afirmação foi feita na tarde desta segunda-feira (17) por Antonio Figueiredo Basto na superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba, onde o doleiro está detido desde março deste ano.
Alberto Youssef foi preso em março com a deflagração da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, e está com a saúde debilitada, segundo o advogado Antonio Figueiredo Basto. Youssef tem problemas cardíacos e já foi internado três vezes desde sua prisão. A última internação foi no fim de outubro.
“Está a cada dia piorando. A colaboração [delação premiada] dele está prejudicada exatamente por causa do estado de saúde dele, que é muito ruim. A situação dele é de risco e vamos ter que começar a trabalhar diferente”, disse Basto. 
Youssef é acusado de chefiar um esquema de desvio e lavagem de dinheiro, estimado em R$ 10 bilhões, desvendado pela Operação Lava Jato da Polícia Federal. Ele e os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) entraram em um acordo de delação premiada. Com isso doleiro se comprometeu a dizer tudo o que sabe sobre o esquema de lavagem de dinheiro que chefiava, em troca de reduções nas penas que podem ser imputadas.
Basto afirmou que vai pedir na terça-feira (18) à Justiça Federal do Paraná a transferência de Youssef, com o uso de tornozeleira, para um hospital de São Paulo para ser tratado com o médico dele. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que também é réu em processos originados da Lava Jato, cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro fazendo uso da tornozeleira, que serve para o monitoramento da polícia.
Ainda de acordo com o advogado, exames de saúde serão soliciltados para Youssef.  A Justiça Federal afirmou ao G1 nesta segunda-feira que ainda não foi informada de nenhum pedido para a realização de exames, tampouco de transferência.
Hospitalizado
Alberto Youssef foi internado no dia 25 de outubro no hospital Santa Cruz, na capital paranaense, após passar mal na carceragem da PF. Ele ficou internado na UTI coronariana e recebeu alta no dia 29 de outubro, sendo reencaminhado para a Polícia Federal.
Os agentes da PF informaram, na época, que ele teve uma forte queda de pressão arterial, causada pelo "uso de medicação no tratamento de doença cardíaca crônica". Segundo a polícia, esta foi a terceira vez que Youssef precisou de atendimento médico desde que foi preso.
O problema de saúde dispensou o doleiro de comparecer à CPI mista da Petrobrás no Congresso Nacional. A presença dele chegou a ser autorizada pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos originados a partir da Operação Lava Jato, porém, após a defesa pedir dispensa sob o argumento de que ele ficaria calado e se recusaria a responder perguntas dos parlamentares, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da CPI mista, decidiu cancelar o depoimento.
Lava Jato
A operação investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões e provocou desvio de recursos da Petrobras, segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Na primeira fase da operação, deflagrada em março deste ano, foram presos, entre outras pessoas, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
A nova fase da operação policial, deflagrada na sexta-feira (14), teve como foco executivos e funcionários de nove grandes empreiteiras que mantêm contratos com a Petrobras que somam R$ 59 bilhões. Parte desses contratos está sob investigação da Receita Federal, do MPF e da Polícia Federal. Ao todo, foram expedidos, nesta sétima etapa, 85 mandados em municípios do Paraná, de Minas Gerais, de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Pernambuco e do Distrito Federal.
Conforme balanço divulgado pela PF, além das 23 prisões, foram cumpridos 49 mandados de busca e apreensão. Também foram expedidos nove mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é obrigada a ir à polícia prestar depoimento), mas os policiais conseguiram cumprir seis.

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