quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Na Ausência Da Política, Ainda Faz Sentido Falar De Partidos?





  • 16/08/2017
Por Élio Gasda*
Os partidos estão a serviço de quem? Qual o papel deles na democracia? A degradação das legendas facilita entender os “podres poderes” da República? A filiação partidária é a única via de acesso a cargos legislativos e ao poder executivo. O Congresso Nacional é o pior da história. O Executivo, que indica os juízes do Supremo Tribunal Federal, mais se parece a uma quadrilha. Todos pertencem às suas legendas. O complexo empresarial-financeiro-midiático desestabilizou os poderes do Estado. Nenhuma medida econômica ou social é tomada sem consultar o mercado. Então, qual a função da política?

Governos corruptos são gerados nos partidos. A corrupção apodreceu os partidos. A subordinação ao dinheiro é a mãe da degeneração. Eles tornaram-se reféns das armadilhas do capital financeiro. O investimento milionário em marqueteiros ilustra esta subserviência aos mercados. A lógica empresarial que exige profissionalizar a máquina partidária é uma mina de ouro para as grandes corporações corruptoras. No Congresso, as legendas cederam o protagonismo para as bancadas que defendem interesses bem específicos. O sistema de representação política está obsoleto, tornou-se uma prática de gabinete, onde tudo é negociável.
Submetidos à lógica da economia, os partidos modificaram seu modus operandi: elaboram programas de nação para inglês ver. Suas práticas nada têm a ver com a essência da política, mas com interesses escusos. Muitas filiações partidárias visam unicamente o próprio enriquecimento através das vias tortuosas da corrupção. Corruptos, cínicos, ricos, elitistas, religiosos e analfabetos políticos sem nenhum espírito público contaminaram os partidos. As urnas consagraram esta classe de representação no Congresso e na presidência.
Grandes partidos são organizações autorreferentes lideradas por caciques que agem como donos da legenda. Atrelados à economia financeirizada, a cultura e as tradições morais dos povos desapareceram dos programas partidários. Os partidos ampliaram seu corpo administrativo e distanciaram-se dos problemas das bases. Os anseios populares deram lugar às negociatas do alto escalão. O vínculo entre vontade popular e interesses partidários se desfez. Tudo é decidido conforme vantagens eleitoreiras. As coligações obrigam o eleitor a votar em partidos que não correspondem à suas expectativas. Altos índices de abstenção e voto nulo surgem como forma de protesto.
Por mais forte que seja um partido, ele não consegue superar as condições estruturais desta degradação, a menos que renuncie a qualquer pretensão de poder. O sistema tem um fascínio de fazer as intenções se adaptarem à realidade, sempre apoiado em justificativas por parte dos envolvidos. Partidos de esquerda fazem oposição dentro do sistema, mas não ao sistema, pois estão naturalmente incorporados a ele. Uma esquerda “descafeinada” que aceita as regras do jogo imposto pela direita. A primeira delas é depender dos donos do dinheiro. Ninguém investe para perder. Neste sistema, o poder não muda as pessoas, apenas faz com que revelem a verdadeira face. Então, como acreditar nas possibilidades de mudança política sem reforma partidária?
Não há projeto, apenas remendos ao funcionamento da economia e paliativos aos problemas sociais. Os debates das questões nacionais beiram à mediocridade. Grandes ideais de sociedade já não significam muita coisa. As palavras justiça, igualdade e fraternidade foram esvaziadas de sentido e são encontradas em programas políticos de diversos partidos. Discute-se quem é melhor governante ou o menos corrupto.
O pragmatismo de resultados empurrou a todos para o centro. Muitos pensam que são de esquerda, mas no fundo, são conservadores disfarçados. Mesmo que se incline ao centro, um partido de esquerda pode perder tudo, menos seu compromisso com os mais pobres e a luta pela justiça social. Políticos de esquerda jamais fariam negociatas com os direitos dos pobres. A falta de projetos leva à permissividade, capaz de qualquer vilania para chegar ao poder.
Não há sinais de que esta prática tenha um fim. O sistema não se deixa abalar por episódios esporádicos. Espetáculos públicos de moralização produzem efeitos ilusórios, mas não atingem o núcleo da degeneração. Enquanto não cessar a promiscuidade entre empresas e partidos, o Estado continuará se posicionando contra a sociedade e a favor das corporações. Enfrentar interesses do mercado supõe rupturas e derrotas eleitorais.
O sujeito da autoridade política é o povo considerado na sua totalidade como detentor da soberania. O povo deveria ser a principal referência de um partido político, não o complexo empresarial-financeiro-midiático. O povo transfere o exercício da sua soberania para aqueles que elege. Então, os partidos têm responsabilidades diante do povo. Deveriam prestar contas acerca da sua atuação. Os partidos são chamados a interpretar as aspirações da sociedade civil orientando-as para o bem comum (Gaudium et spes, 75). Se a justa ordem da sociedade e do Estado é dever central da política, a justiça deveria ser também a medida intrínseca de qualquer partido.




Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira

Como nosso grupo é de pessoas dotadas de capacidade e dotados de discernimento e muita inteligência e conhecimento político e altamente bem relacionados, estou a pensar, qual a opinião dos nossos Ir: grupo a respeito da Reforma política que está na agenda do Congresso Nacional, pois destaquei aqui no grupo minha insistente opinião de que nada mudará, nada nada, ou seja, estou falando da corrupção POLÍTICA, se o sistema partidário (artigo 17 CF) não for alterado significativamente, nada mudará. Será que o povo brasileiro não irão abrir os olhos e ver que os PARTIDOS POLÍTICOS são na verdade onde ensinam e incubam os bandidos Políticos, treinando-os e adestrando-os como serem excelentes corruptos. Pois a corrupção no meio político começa nos PARTIDOS. Há uma grande resistência da discussão do tem, principalmente para aqueles que são incrédulos por ignorância ou por obterem vantagem do sistema.                                                                         
                                                                                                                          Me
Digam que Partido Político diante das investigações da lava-jato, dos mensalões, foram suspensos seus registros ou caçados? Que presidente de partido foi preso? Que mandato foi caçado em virtude das falcatruas e corrupções dos partidos? Que Partido teve seus bens e de seus dirigentes sequestrados?                                                                                             
                                                                                                                          Por

Favor responda? Hoje temos 35 partidos registrados no TSE, e outros tantos esperando seus registros. E pergunta-se quanto mesmo são destinados a eles (partidos) a título de FUNDO PARTIDÁRIO? E para quem eles prestam contas da utilização desses recursos?

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