sexta-feira, 9 de outubro de 2015

'Houve um certo exagero', diz Tombini sobre alta do dólar Em Lima, presidente do BC falou sobre trégua da moeda nesta semana. Tombini e Levy falaram a jornalistas nesta sexta durante encontro do FMI. Anay Cury Do G1, em Lima (Peru)

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta sexta-feira (9) que "houve um certo exagero" no câmbio, referindo-se à alta do dólar em tempos recentes, quando questionado sobre a perda do ritmo de alta nesta semana, em entrevista durante o encontro anual do FMI e do Banco Mundial em Lima, no Peru.
Tombini e Levy em entrevista coletiva para jornalistas brasileiros em Lima, no encontro do FMI (Foto: Anay Cury/G1)Tombini e Levy em entrevista coletiva para jornalistas brasileiros em Lima, no encontro do FMI (Foto: Anay Cury/G1)
"O que vimos agora é a redução da volatilidade. Houve um certo exagero, na minha visão", comentou aos jornalistas. Tombini acrescentou que "havia um movimento exagerado tanto em câmbio quanto em juros".
moeda norte-americana fechou a semana em baixa, cotada a R$ 3,7588 – menor valor de fechamento desde 1º de setembro. Em outubro, houve queda acumulada de 5,2%. Mas, em 2015, o dólar sobe 41,3%. Na semana, o dólar a moeda recuou 4,74%.
Tombini reiterou que não há fuga de capital do país: "Não temos fuga de capital, não tem investidor estrangeiro procurando porta de saída, ao contrário. Já recebemos quase US$ 10 bilhões desde o início do ano. O setor privado tem enfrentado uma variação importante da taxa [câmbio], mas nos preparamos para esse momento de mudança."
O colchão de liquidez de que o sistema financeiro do Brasil dispõe foi novamente citado pelo presidente do BC como uma das proteções da economia. "Temos um colchão de liquidez, temos uma regulçação prundencial bastante apertada, acompanhamento em cima dos bônus do setor privado, que captou recursos no mercado internacional. Cuidamos da proteção...no mercado de derivativos. Os investidores podem se proteger contra oscilações."
Controle do câmbio
Sobre as recentes intervenções para controlar a alta do dólar, o presidente do BC disse que "as ações nos mercados de câmbio e juros visam reduzir o excesso de volatilidade nos momentos de maior estresse".
"Garantimos que nos momento de maior estresse haja compradores e vendedores, independentemente da dinâmica de preços", afirmou durante o encontro. Tombini acrescentou que, nesse sentido, "nenhum instrumento está fora do alcance do Banco Central".
Inflação
Quanto à inflação, Tombini disse que o BC está vigilante para que a inflação possa convergir para sua meta. "O compromisso do BC é fazer a reancoragen das expectavas de inflação no médio e longo prazo. Estamos vigilantes para fazer com que esse processo de ajuste em curso...estamos tendo sucesso com reancoragem das expectativas a médio e longo prazo."
Levy
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, também participou da entrevista e repetiu o que já havia dito na véspera, quando questionado sobre os números negativos do PIB - que não significam muito.
"O que está acontecendo...as pessoas estão adiando decisões por causa de uma incerteza que abrange vários aspectos da vida econômica, ainda que a origem não seja econômica. Isso tem levado ao adiamento de decisões. Como o PIB é o resultado de uma série de decisões...você vê o PIB caindo."
Na avaliação de Levy, quando a incerteza se dissipar, poderá haver uma "retomada relativamente forte". "Estamos tomando todas as medidas... para permitir que o crescimento seja duradouro", disse aos jornalistas.
Lagarde
Mais cedo, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Cristine Lagarde, defendeu no encontro que os bancos centrais das economias avançadas devem considerar os riscos que a consequência de suas decisões pode trazer para os países emergentes. Ela discursou durante o encontro do órgão e do Banco Mundial (Bird) realizado em Lima, Peru.

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