quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Bancada federal do DF propõe ajuda à Escola de Música de Brasília A falta de verba para a manutenção dos instrumentos, as precárias condições das instalações físicas do local, a falta de pessoal e a questão da enturmação estão entre os principais problemas apontados pelos frequentadores

A crise estrutural e financeira por que passa a Escola de Música de Brasília sensibilizou os deputados federais. Uma mobilização da bancada do Distrito Federal em defesa da EMB foi proposta pelo deputado Izalci Lucas (PSDB), que se reuniu com o secretário de Educação, Júlio Gregório, para discutir os problemas da instituição. Com o objetivo de cobrar a atenção do governador Rodrigo Rollemberg para a tradicional instituição, apoiadores da escola organizaram abaixo-assinado na internet. O documento intitulado “É preciso salvar e preservar a Escola de Música de Brasília” está há cerca de duas semanas no meio virtual. Até o fechamento desta edição, o número de adesão à campanha contava com 4.058 assinaturas.

Marcelo Ferreira/CB/D.A Press


A falta de verba para a manutenção dos instrumentos, as precárias condições das instalações físicas do local, a falta de pessoal e a questão da enturmação — juntar alunos de níveis diferentes na mesma turma — estão entre os principais problemas apontados pelos frequentadores. De acordo com Izalci, o principal objetivo da mobilização parlamentar é incluir no orçamento investimentos para reforma do espaço e compra de novos instrumentos. “Eu acompanho a situação da Escola de Música desde a gestão passada, e a demanda por reforma é antiga. A posição do secretário de Educação durante a audiência foi favorável às mudanças, mas ainda está em fase de estudo”, afirma.

Com 50 anos de história e reputação de formar musicistas e músicos de excelência, a instituição amarga o sucateamento. “Vou levar à reunião da bancada a questão da reforma, mas estamos preocupados também em manter o padrão reconhecido internacionalmente. Nenhuma mudança no método pedagógico, que é amplamente reconhecido e utilizado pela EMB, pode ser implementada sem discussão com a comunidade musical. A instituição não pode receber o tratamento de uma escola profissionalizante comum”, argumenta Izalci.

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Esforço conjunto
A empresária Núbia Teixeira, 37 anos, tem uma filha de 9 anos no terceiro semestre de musicalização. Ela reclama das dificuldades da instituição e destaca a falta de pessoal, mas reforça a excelência do ensino. Na turma da filha dela, tiveram que fazer a enturmação. Ainda assim, ela elogia o empenho dos professores. “Eles são comprometidos com o ensino.” Núbia mora em Águas Claras e, duas vezes por semana, sai cedo de casa e passa a manhã na EMB para que a filha estude. “É um sacrifício que vale a pena. O investimento é válido, porque a escola é muito boa”, afirma.

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