BOA NOITE INVESTIDOR: Petrobras e Eletrobras pesam no mercado financeiro
A “Operação Lava Jato” da Polícia Federal, que investiga uma série de crimes financeiros dentro da Petrobras e com dois ex-diretores presos, seguiu respingando no mercado financeiro doméstico nesta segunda-feira. Além disso, rumores de irregularidades na estatal de energia, Eletrobras, também contribuíram para as quedas nos papéis da companhia e, consequentemente, as duas empresas puxaram a Bolsa de Valores de São Paulo.
As ações da Petrobras ON caíram 5,09% e Petrobras PN, 4,55%, Eletrobras PNB N1, 9,09% e Eletrobras ON N1, 7,79%. As ações de bancos e empresas de mineração também recuaram.
Nesta segunda-feira, a presidente da Petrobras, Graça Foster, disse que a estatal não está pronta para apresentar os balanços contábeis do terceiro trimestre de 2014. Os dados deveriam ter sido divulgados na última sexta-feira (14), mas o anúncio foi suspenso porque a auditoria responsável pelas contas da companhia, a PricewaterhouseCoopers, se recusou a assinar o balanço.
“Em face das eventuais denuncias e investigações da Operação Lava Jato, a companhia não está pronta para divulgar as demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2014, pois essas denúncias, se verdadeiras, podem impactar potencialmente tais demonstrações”, declarou Graça Foster, ao iniciar a apresentação do balanço operacional.
Foster anunciou também a criação da Diretoria de Governança, como parte das medidas para melhorar a gestão da companhia. “Propusemos ao Conselho de Administração (Consad), da Petrobras, que criássemos uma diretoria de governança”, disse, afirmando apoio unânime do conselho e a criação de 66 medidas para melhorar a gestão da petroleira.
Ainda por aqui, o dólar comercial fechou com ligeira alta e os juros futuros se dividiram.
ÁSIA
As bolsas encerraram em queda, com a economia do Japão em recessão e com as ações de Hong Kong em queda com o início do link com Xangai.
Ao final desta jornada, em Hong Kong, o principal indicador, o Hang Seng, caiu 1,21% aos 23.797 pontos; na China, o índice SSE Composite, da bolsa de Xangai, recuou 0,19% aos 2.474 pontos; na Coreia do Sul, o índice KOSPI Composite desacelerou 0,08% aos 1.943 pontos; na Índia, o índice BSE, da bolsa de Bombai fechou em alta de 0,47% aos 28.177 pontos; em Taiwan, o principal indicador, o TSEC Weighted, perdeu 1,10% aos 8.884 pontos; e no Japão, o índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, recuou 2,96% aos 16.973 pontos.
A economia do Japão entrou em recessão no terceiro trimestre, caindo -0,4%. Na taxa anual, a baixa foi de -1,6%, mostrando como o aumento de impostos em abril freou o crescimento do país.
Com isso, o primeiro-ministro Shinzo Abe pode atrasar o plano de aumentar os impostos sobre o consumo para 10% no próximo ano.
EUROPA
As bolsas fecharam em alta nesta segunda-feira, influenciadas pelas empresas de mineração, ofuscando a preocupação com a recessão inesperada do Japão e com a saúde econômica global.
Por lá pesou também a fala de Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE) de que o programa de estímulos poderá ser ampliado como incluir títulos do governo.
Hoje, em Londres, o índice Stoxx Europe 600 subiu 0,5% para ficar aos 337.19 pontos.
Ao final da jornada, em Milão, o índice FTSE-MIB subiu 1,33% aos 19.216 pontos; em Madri, o índice Ibex 35 ficou com alta de 1,59% aos 10.309 pontos; em Paris, o índice CAC-40 ficou com alta de 0,56% aos 4.226 pontos; em Frankfurt, o índice DAX 30 acelerou 0,58% aos 9.306 pontos; em Londres, o índice FTSE-100 ficou com alta de 0,26% aos 6.671 pontos; e, em Lisboa, o índice PSI-20 subiu 0,41% aos 5.178 pontos.
A balança comercial da Itália fechou setembro com superávit de 2,01 bilhões de euros, ficando abaixo da estimativa do mercado.
Na zona do euro, o superávit foi de 18,5 bilhões de euros, acima dos 10,8 bilhões de euros de setembro de 2013. As exportações subiram 4,2% nos países da moeda única em relação a agosto, enquanto as importações tiveram alta de 3%.
ESTADOS UNIDOS
Os principais índices acionários de Wall Street fecharam em alta nesta segunda-feira, com os investidores olhando para a Europa com os próximos passos do Banco Central Europeu (BCE), que sinaliza para a alteração no programa de estímulos. Apenas a bolsa eletrônica Nasdaq recuou com recessão no Japão.
Além disso, o Grupo Nasdaq fez anúncio de 14 ações entram para um programa em que serão testados os efeitos de redução de taxas de negociação e descontos. A medida serve para quatro meses, já a partir do dia 2 de fevereiro de 2015.
Ao final da jornada, o índice Dow Jones subiu 0,07% aos 17.647 pontos; o índice S&P 500 ficou com alta de 0,07% a 2.041 pontos; a bolsa eletrônica Nasdaq recuou 0,37% aos 4.671 pontos.
A pesquisa Empire State de Manufatura indicou melhora nas condições de negócios em Nova York em novembro, passando de 6,2 para 10,2 pontos. O índice de novos pedidos subiu para 9,1 pontos, enquanto o indicador de novas encomendas avançou para 11,8 pontos.
A produção industrial dos Estados Unidos caiu 0,1% em outubro na comparação com setembro. Na comparação com outubro de 2013, a indústria americana cresceu 4%. No mês passado, o uso da capacidade instalada recuou -0,3 pontos percentuais para 78,9%.
BRASIL
Em dia de vencimentos de opções, a Bolsa de Valores de São Paulo operou no vermelho. Ao final do pregão, o Ibovespa recuou 1% aos 51.256 pontos. O volume negociado foi de pouco mais de R$ 9 bilhões.
“Podemos considerar que as bolsas globais estão enfrentando problemas como as do Japão, Europa e Estados Unidos, o que acabou pesando por aqui. Nesta segunda-feira também foi dia de vencimentos de opções”, disse o analista da corretora SLw Investimentos, Pedro Galdi.
Segundo economista, a ações da Petrobras foram puxadas para baixo com as denúncias de fraudes e as da Eletrobras com os rumores que podem atingir a estatal de energia.”Com esse cenário, há o repique de saída de capital estrangeiro. Outras empresas também viram suas ações em baixa, bem como os bancos”, completou Galdi.
Dentre as ações que integram o Ibovespa, as maiores altas ficaram Cielo ON (2,51% a R$40,10); Brasil ON (2,43% a R$25,08); Bradespar PN N1 (1,98% a R$14,45); Eletropaulo PN N2 (1,94% a R$7,37); e Qualicorp ON (1,63% a R$24,95).
Na outra ponta estiveram os papéis da Eletrobras PNB N1 (-9,09% a R$ 7,30); Eletrobras ON N1 (-7,79% a R$ 5,21); Usiminas PNA N1 (-6,93% a R$5,10); Petrobras ON (-5,09% a R$12,13); e Petrobras PN (-4,55% a R$12,60).
MOEDAS
O mercado cambial operou com volatilidade nesta segunda-feira, com as moedas emergentes se desvalorizando perante a norte-americana.
Na abertura, o dólar comercial seguiu em forte alta até por volta das 12h30 aos R$2, 605, perdeu força e acabou voltando. No interbancário, a divisa ficou cotada a R$ 2,600 na compra e R$2,601 na venda, alta de +0, 02%.
“O dólar ganhou das demais moedas acompanhando um pouco dos juros. Hoje, a cautela com a economia do Japão e com decisões de bancos centrais mexeram com a moeda.Considerando o dia com os demais mercados, podemos avaliar que aqui ficou no zero a zero”, pontuou o economista chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.
Para tentar conter o avanço do dólar, o Banco Central do Brasil (BCB) vendeu a totalidade dos 14 mil contratos de swap cambial, ofertados em operação para rolagem de títulos que vencem em 1° de dezembro. A operação totalizou US$ 680,2 milhões.
Os contratos foram oferecidos com dois vencimentos. Para vencimento em 3 de novembro do próximo ano, foram vendidos 4,3 mil contratos, no valor de US$ 209,9 milhões. Para 4 de janeiro de 2016, foram negociados 9,7 mil contratos, no valor de US$ 470,3 milhões.
O swap cambial é uma operação de câmbio em que há, simultaneamente, compra e venda de moedas. As operações do tipo são usadas para conter a alta do dólar e oferecer proteção (hedge) a empresas e bancos. Na sexta-feira (14), o dólar fechou acima de R$ 2,60 pela primeira vez desde 2005.
O euro fechou nesta segunda-feira em baixa, cotado a US$ 1,2456, frente aos US$ 1,2479 de sexta-feira.
O Banco Central Europeu fixou o câmbio oficial do euro em US$ 1,2496.
JUROS FUTUROS
Os DIs fecharam em alta nesta segunda-feira na BM&F. O que se viu foi uma divisão entre estabilidade na ponta curta e abertura no restante da curva de juros.
Perto do fechamento, os vencimentos para dezembro de 2014 seguiam estáveis a 11,08%; os contratos com vencimentos para janeiro de 2015 seguiam com alta de 0,01 p.p a 11,35%; os vencimentos para abril de 2015 subiam 0,03 p.p a 11,82%; os contratos com vencimentos para julho de 2015 subiam 0,02 p.p a 12,15%; os contratos com vencimentos para janeiro de 2017 subiam 0,02 p.p a 12,76%; e os vencimentos para janeiro de 2021 seguiam estáveis a 12,74%.
“Hoje, os juros abriram e depois voltaram, mostrando que há uma cautela com as economias dos Estados Unidos e do Japão, o que acabou refletindo na ponta longa. O IBC-BR acabou pesando na ponta curta”, considerou o economista chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa.
A atividade econômica cresceu 0,4% em setembro, o terceiro mês que o índice de atividade econômica do Banco Central (BC) registra aumento.
O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica do Brasil, incorporando informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia.
Na comparação com agosto de 2013, o índice apresenta queda dessazonalizada de 0,24%. No acumulado do ano, em valores já ajustados, houve aumento de 0,01% na atividade econômica. Considerando os últimos 12 meses, o aumento do IBC ficou em 0,6%.
A inflação semanal avançou para 0,50% na segunda semana de novembro, de acordo com a Fundação Getulio Vargas. Na apuração da semana, quatro das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram acréscimo em suas taxas de variação, com destaque para o grupo habitação, que passou de 0,51% para 0,63%.
A inflação medida pelo índice geral de preços – 10 passou de 0,02% para 0,82% em novembro. Em novembro de 2013, a variação foi de 0,44%. No ano, a variação acumulada é de 2,87%. Em 12 meses, o índice acumula alta de 3,32%.
Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou em novembro variação de 0,16%, ante 0,14% do mês anterior.
Os analistas do mercado financeiro aumentaram a projeção para o dólar em 2014, estimando que a moeda encerre aos R$ 2,53, acima dos R$ 2,50 da semana passada, segundo o Boletim Focus elaborado pelo Banco Central em 14 de novembro.
Para 2015, a expectativa é que a moeda encerre aos R$ 2,61, acima dos R$ 2,60 da semana passada. Os preços administrados se mantiveram em 5,30% este ano e ficaram estáveis em 7% em 2015.
A inflação oficial deve subir de 6,39% para 6,40% em 2014. Para o ano que vem, a inflação deve ficar estável em 6,40%.
O Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), que se manteve em 5,22% em 2014 e permaneceu em 5,38% em 2015. A estimativa para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) teve alta de 3,38% para 3,44% em 2014, e cresceu de 5,54% para 5,57% em 2015.
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a projeção ficou em 3,48% em 2014.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve acelerar 0,21% este ano, acima dos 0,20% da projeção anterior. A produção industrial deve passar de -2,21% para -2,30%.
A previsão para a relação entre a dívida líquida do setor público (DLSP) e o PIB deve avançar de 35,20% para 35,80% em 2014 e subir de 35,90% para 36,00% em 2015.
A taxa básica de juros (Selic) deve se manter em 11,50% este ano. Em 2013, a taxa Selic encerrou em 10%. A próxima reunião do Copom está marcada para acontecer entre os dias 02 e 03 de dezembro.
PETRÓLEO
O preço do barril do petróleo Brent para entrega em janeiro fechou nesta segunda-feira em alta de 0,13% no mercado de futuros de Londres, cotado a US$ 79,31.
O petróleo do Mar do Norte, de referência na Europa, encerrou o pregão no International Exchange Futures US$ 0,10 abaixo do registrado na sexta-feira passada, de US$ 79,41.
Esta ligeira redução do preço aconteceu em um dia marcado pelo anúncio da aquisição, por parte da companhia russa Rosneft, de 1,6 milhão de toneladas de petróleo e 9 milhões de toneladas de derivados de petróleo venezuelano.
O barril do Texas fechou nesta segunda-feira com baixa de 0,23%, cotado a US$ 75,64 o barril, depois da recuperação parcial da sexta-feira e enquanto segue a crise de excesso de oferta de petróleo.
Ao fim do pregão na Bolsa Mercantil de Nova York, os contratos futuros do Petróleo Intermediário do Texas (WTI, leve) para entrega em dezembro caíram US$ 0,18 em relação ao fechamento de sexta-feira passada.
O barril de referência nos Estados Unidos recuperou o ritmo descendente que está levando seu preço às cotações mais baixas em anos, enquanto a oferta do petróleo em nível internacional supera a demanda.
Por sua parte, os contratos de gasolina para entrega em dezembro caíram US$ 0,02, para US$ 2,02 o galão, enquanto os de gasóleo para calefação perderam US$ 0,01, até US$ 2,40.
Já os contratos de gás natural com vencimento em dezembro dispararam US$ 0,32 e terminaram o dia cotados a US$ 4,34 para cada mil pés cúbicos.
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