Manifestação ocorre na véspera do julgamento de Lula e ocorre com a presença de Dilma Rousseff
postado em 23/01/2018 11:15 / atualizado em 23/01/2018 13:08
Porto Alegre - O dia amanheceu quente na capital gaúcha, nesta terça-feira, 23 de janeiro, e a cidade nunca esteve tão segura, com um enorme aparato policial em todas ruas centrais. Manifestantes em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lotam a Praça da Matriz, neste momento, durante o ato Mulheres em nome da Democracia e em Defesa do Direito de Lula ser Presidente, com a presençada ex-presidente Dilma Rousseff.
O evento iria começar às 9h30 no auditório Dante Barone, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, mas começou apenas às 10h45, ao ar livre, na praça, porque o Palácio Farroupilha, que sedia o Legislativo gaúcho, ficou totalmente sem energia.
Petistas e manifestantes consideram que houve um corte deliberado de energia. "Não tenho dúvidas de que a falta de energia foi premeditada pelo governo", disse a deputada federal Maria do Rosário (PT).
A organização do evento providenciou um carro de som e iniciou o evento do lado de fora da Assembleia, ao lado do Palácio Piratini, sede do Executivo gaúcho.
Para o ex-governador Olívio Dutra, o atual governo montou um esquema de repressão muito forte para evitar manifestações. "O braço armado do Estado não está a serviço do povo. Este governo criminaliza manifestações democráticas”, afirmou.
O deputado estadual do PT Nelsinho Metalúrgico também considerou "no mínimo estranho" o fato de só a região onde estava marcado o ato ter ficado sem energia. "O aparato de segurança é excessivo e foi uma forma de intimidar os manifestantes. Milhares de pessoas que poderiam estar aqui agora não vieram com medo", avaliou.
O deputado acredita que Lula será absolvido no julgamento de amanhã no Tribunal Regional Fé da 4ª Região.
Os petistas, inclusive, nem trabalham com a possibilidade de Lula não ser candidato à presidência na eleição de outubro. "Essa hipótese não existe", disse Maria do Rosário. "Lula é nosso único candidato", assinalou Nelsinho.
A deputada estadual Manoela D'Ávila (PCdoB) disse que o corte de luz na Assembleia e o clima bélico da cidade serviram para mostrar a capacidade de resistência das mulheres. "Nada impediu de estarmos realizando o nosso ato em defesa da democracia e por uma eleição livre", destacou. "Como moradora de Porto Alegre, espero que o governador faça uso desse aparato em outras ocasiões já que o RS incrementou os dados de insegurança do país", comentou.
Para a comunista, se a Justiça "for justa e agir de acordo com as leis", Lula será absolvido. "Ninguém pode ser condenado sem provas. Eu sou pré-candidata do meu partido e nossa luta aqui hoje é pela democracia”, disse.
Para a aposentada Jane Ferreira, 57, Lula será absolvido. "Mesmo se for condenado, cabe recurso. Ele será nosso presidente", afirmou.
O professor Carlos Magno Augusto Sampaio, 45, considerou que o que está em jogo é a credibilidade do Judiciário brasileiro. "Não sou petista, mas vim apoiar a democracia como trabalhador. Se a Justiça condenar Lula sem provas vai mostrar que está a serviço da política", ressaltou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário