- 06/11/2017
“O PT tem sua aliança política com o povo
brasileiro, suas lutas e conquistas. A aliança eleitoral para eleger
Lula em 2018 tem de ser construída com setores progressistas da
sociedade e com a centro esquerda, baseada na reconstrução do Estado
brasileiro e na revogação dos retrocessos implementados por esse governo
golpista”, diz Gleisi.
A senadora inclui no leque de alianças
indesejadas as forças que apoiaram a reforma trabalhista, a emenda do
teto, a revisão do sistema de exploração do pré-sal e as privatizações
do governo Michel Temer.
Na prática, a entrevista de marinho ao Estadão
desencadeou o debate interno no PT sobre a política de alianças a ser
adotada no ano que vem.
No entorno de Lula, a opinião corrente é que Marinho apenas verbalizou o que boa parte do partido já pensa mas foi precipitado.
A Democracia Socialista (DS), corrente de
esquerda que integra a Mensagem, publicou uma nota na qual reforça a
decisão tomada pelo 6º Congresso Nacional do PT, instância máxima do
partido.
“A política de alianças, incluindo as coalizões
eleitorais, deve aglutinar quem partilhe de uma perspectiva
anti-imperialista, antimonopolista, antilatifundiária e radicalmente
democrática. Aponta para um governo encabeçado pelo PT, Lula presidente,
com partidos, correntes e personalidades que estabeleçam compromisso
programático dessa natureza”, diz a resolução aprovada pelo 6º Congresso
do PT.
A corrente aborda ainda a decisão do PT de Alagoas de voltar a integrar o governo de Renan Filho (PMDB).
“Em Alagoas, assim como em outros Estados, é
preciso reconstruir o PT com independência de classe, ao lado dos
movimentos sindicais e populares, com programa e alianças de esquerda”,
diz a DS.
Além de Alagoas, o PT negocia alianças com o
PMDB em ao manos outros cinco Estados: Minas Gerais, Ceará, Piauí,
Sergipe e Paraná (berço eleitoral de Gleisi).
Diante da forte repercussão interna da
entrevista, o próprio Marinho divulgou uma nota no final de semana
explicando sua posição.
Segundo ele, a candidatura de Lula não vai
precisar de alianças fora do campo da esquerda, descarta uma coligação
com o PMDB em São Paulo mas reitera que existem exceções entre as
lideranças peemedebistas como o senador Roberto Requião (PMDB-PR), que
se posicionou contra o impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff e
faz oposição ao governo Temer.
“Como afirmado, acredito que o presidente Lula é
maior e não precisará de nenhuma aliança com golpistas para a defesa do
seu legado e restabelecer direitos e a democracia no País. Disse também
que caberá à direção nacional, no tempo adequado, tratar das diversas
contradições regionais, a exemplo do senador Roberto Requião, do PMDB,
do Paraná, e diversos outros exemplos no Nordeste”, afirmou Marinho.
Segundo Gleisi, o debate interno sobre política de alianças é livre no PT e o martelo será batido no momento adequado.
“A militância e dirigentes do PT podem debater à
vontade a política de alianças, que será definida democraticamente nas
instâncias partidárias, com base em um projeto para o Brasil”, diz a
nota de Gleisi.
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