- 17/11/2017
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse
nesta quinta-feira, 16, que não pode descartar a possibilidade de o
Brasil repetir a experiência italiana depois da Operação Mãos Limpas e
eleger um presidente de direita similar a Silvio Berlusconi na esteira
da Lava Jato. Embora não tenha citado nomes, ele deixou claro que
considera o deputado e presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) a
principal ameaça nas eleições do próximo ano.
“Eu não quero entrar em detalhes, mas há pessoas
da direita que são pessoas perigosas”, disse FHC em evento na
Universidade Brown, nos EUA. “Um dos candidatos propôs me matar quando
eu estava na Presidência. Na época, eu não prestei atenção. Mas hoje eu
tenho medo, porque agora ele tem poder, ainda não, ele tem a
possibilidade do poder.”
Em entrevista à TV Bandeirantes em
1999, Bolsonaro afirmou que seria impossível realizar mudanças no Brasil
por meio do voto. “Você só vai mudar, infelizmente, quando nós
partirmos para uma guerra civil aqui dentro. E fazendo um trabalho que o
regime militar não fez. Matando 30 mil, e começando por FHC”, declarou.
Washington – O ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso disse nesta quinta-feira, 16, que não pode
descartar a possibilidade de o Brasil repetir a experiência italiana
depois da Operação Mãos Limpas e eleger um presidente de direita similar
a Silvio Berlusconi na esteira da Lava Jato. Embora não tenha citado
nomes, ele deixou claro que considera o deputado e presidenciável Jair
Bolsonaro (PSC-RJ) a principal ameaça nas eleições do próximo ano.
“Eu não quero entrar em detalhes, mas há pessoas
da direita que são pessoas perigosas”, disse FHC em evento na
Universidade Brown, nos EUA. “Um dos candidatos propôs me matar quando
eu estava na Presidência. Na época, eu não prestei atenção. Mas hoje eu
tenho medo, porque agora ele tem poder, ainda não, ele tem a
possibilidade do poder.”
Em entrevista à TV Bandeirantes em
1999, Bolsonaro afirmou que seria impossível realizar mudanças no Brasil
por meio do voto. “Você só vai mudar, infelizmente, quando nós
partirmos para uma guerra civil aqui dentro. E fazendo um trabalho que o
regime militar não fez. Matando 30 mil, e começando por FHC”, declarou.
Segundo o ex-presidente, há um “debate sério” no
Brasil sobre o assunto, inclusive entre os juízes responsáveis pela
Lava Jato. “Eles estão comparando, eles sabem o que aconteceu na Itália,
todo mundo sabe das consequências em termos de Berlusconi. Se você olha
a situação atual do Brasil, eu não posso dizer que isso não é
possível.”
Para o tucano, o sucesso na disputa de 2018
dependerá da capacidade do candidato de expressar uma mensagem que
coincida com as aspirações da população. Mas ele ressaltou que a
política não é pautada só pela razão, mas também pela emoção. “É
arriscado. Essa pessoa está comprometida com a Constituição, com o
respeito das leis, com os direitos humanos?”
FHC disse que relutou em apoiar o impeachment
de Dilma Rousseff, mas mudou de ideia quando houve a paralisia do
governo. De acordo com ele, a única saída possível para esse tipo de
situação em um regime presidencialista é o impeachment. O ex-presidente
afirmou ainda que o afastamento é uma decisão política, ainda que
amparado em base legal – no caso, o desrespeito à Lei de
Responsabilidade Fiscal.
“Isso é um crime tremendo? Não, muitas pessoas fizeram (o mesmo). E por que não (foram afastadas)?
Porque essas pessoas não estavam em uma frágil posição de poder e a
consequência não foi a interrupção do processo de tomada de decisões. É
uma questão política.”
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