Yamaha é marca de... Aficionados por veículos responderão "motos". Mas a resposta poderia ser ainda "motor de barco", "quadriciclo", "carrinho de golfe", até "teclado" e "saxofone". A empresa japonesa se desdobra em diversas áreas e, no Salão de Tóquio, quer mostrar mais uma faceta: a de fabricante de carros.
Um lustroso superesportivo é a maior atração no estande da marca no evento que termina neste domingo (8). Há quem diga que o Sports Ride Concept está lá apenas para chamar a atenção. Mas a montadora diz que pretende entrar nessa briga e tem como meta o ano de 2020.
Na verdade, este objetivo corresponde à data que a montadora colocou para começar a fabricar um compacto urbano chamado Motiv, também apresentado em Tóquio, em 2013.
O compacto e o esportivo são frutos de chassis criados por Gordon Murray, que desenhou para a McLaren na Fórmula 1.
Exibida ao lado do carro, a estrutura do esportivo, de fibra de carbono, é chamada de novo iStream e "estabelece novos padrões de leveza, rigidez e segurança para chassis", disse o designer ao site "Autocar".
Assim, o carro pesa apenas 750 kg, de acordo com a Yamaha. Com espaço para dois ocupantes, tem 3,90 m de comprimento, 1,72 m de largura e 1,17 m de altura.
Masato Suzuki, gerente de desenvolvimento de veículos-conceito, disse ao G1 que, com essa estrutura e a do Motiv, a Yamaha poderá produzir diversos tipos de carros, não necessariamente um superesportivo cupê, mas minivans e SUVs, que estão em alta no mercado mundial, além de compactos.
O desafio de fabricar
Segundo Murray, esse chassi também é mais barato e rápido de ser produzido. E seria lucrativo mesmo em volumes de produção considerados não tão altos, como 1.000 a 350.000 carros/ano. Além dele, Murray e sua parceira, a empresa japonesa Toray, continuam trabalhando em outros tipos de estrutura, como a de fibra de vidro, do iStream original, que é a do compacto Motiv.
Segundo Murray, esse chassi também é mais barato e rápido de ser produzido. E seria lucrativo mesmo em volumes de produção considerados não tão altos, como 1.000 a 350.000 carros/ano. Além dele, Murray e sua parceira, a empresa japonesa Toray, continuam trabalhando em outros tipos de estrutura, como a de fibra de vidro, do iStream original, que é a do compacto Motiv.
Suzuki afirma que ainda há muito a ser definido para que a Yamaha entre no ramo dos carros: será necessária criar uma estrutura complexa para a fabricação em diversos estágios. "Temos a tecnologia para criar a estrutura, mas não temos, por exemplo, a estamparia", explica.
Ainda assim, a Yamaha se recusa a ser chamada de marca "de moto". "Nós somos uma empresa de mobilidade", corrige Kenji Otsuki, gerente de comunicação global.
O namoro da Yamaha com o mundo dos carros não é novo. Além da longa história na Fórmula 1, a empresa produziu o Toyota 2000GT e forneceu motores para modelos como o Ford Taurus SHO e o Volvo XC90. O sonho de colocar um carro com sua marca nas suas chegou a sobreviver com o OX99-11, projeto dos anos 90 engavetado em meio à crise econômica no Japão.
'Cockpit' de moto
No entanto, ao ser questionado sobre como a Yamaha pretende atrair clientes em um segmento tão competitivo quanto o de carros, Otsuki afirmou que a montadora pretende levar para os veículos de quatro rodas a emoção da moto.
No entanto, ao ser questionado sobre como a Yamaha pretende atrair clientes em um segmento tão competitivo quanto o de carros, Otsuki afirmou que a montadora pretende levar para os veículos de quatro rodas a emoção da moto.
Tanto que o interior do esportivo desenhado por Dezi Nagaya, ex-Toyota, tem o banco do motorista dividido por uma estrutura que lembra um tanque e permite que ele "monte" no assento (assista no vídeo acima).
O painel de instrumentos imita o de moto e é "coberto" por uma bolha. O escapamento alto também lembra esses veículos. Não foram divulgadas informações sobre o motor do superesportivo. O compacto Motiv utilizaria um 1.0 de 3 cilindros, que desenvolve de 70 a 82 cavalos.
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