sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Polícia identifica oitava vítima do rompimento da barragem em Mariana O corpo foi identificado como o de Samuel Albino, que trabalhava no local. Outro corpo foi resgatado nesta sexta; 11 pessoas estão desaparecidas.

Samuel Vieira Albino, de 34 anos, trabalhava em Bento Rodrigues (Foto: Arquivo pessoal )Samuel Vieira Albino, de 34 anos, trabalhava em Bento Rodrigues e está desaparecido  (Foto: Júlio Albino/Arquivo pessoal )
A Polícia Civil informou, na tarde desta sexta-feira (20), que identificou mais uma vítima do rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, de propriedade da Samarco, cujas donas são aVale e a anglo-australiana BHP.
O corpo identificado, de acordo com a corporação, é do trabalhador Samuel Vieira Albino, de 34 anos. Ele trabalhava na barragem quando ela se rompeu, no último dia 5. Outro corpo foi resgatado nesta sexta-feira. Com isso, são oito corpos identificados e quatro aguardam reconhecimento. Onze pessoas estão desaparecidas, dentre elas oito trabalhadores e três moradores da região.
De acordo com o delegado regional Rodrigo Bustamante, o corpo de Samuel foi resgatado no dia 8 de novembro, na cidade de Rio Doce, a mais de 100 quilômetros de Bento Rodrigues, e encaminhado para o Instituto Médico-Legal (IML) de Belo Horizonte. A identificação foi feita por impressão digital.

No início da noite, a família de Samuel viajava de Mariana para a capital mineira. A mulher dele, Aline, disse que vai fazer o reconhecimento no IML para garantir que o corpo realmente é o do marido. "Infelizmente, fica o alívio", afirmou.

Ela reclama da demora para a realização do exame de impressão digital. Aline também criticou o fato de o recolhimento de material genético de parentes das vítimas ter sido feito cerca de dez dias após a tragédia e, segundo ela, depois da pressão das famílias.
A barragem de Fundão foi rompida no dia 5 de novembro, destruindo o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, e afetando Águas Claras, Ponte do Gama, Paracatu e Pedras, além das cidades de Barra Longa e Rio Doce. Os rejeitos também atingiram dezenas de cidades na Região Leste de Minas Gerais e no Espírito Santo.
A família de Samuel esteve nesta sexta-feira (20) em um protesto no centro de Mariana, pedindo que as autoridades não parassem as buscas pelos desaparecidos. Segundo Aline, após a manifestação, ficou a garantia que os trabalhos serão mantidos. A mulher do operador de máquina de sondagem disse que pretende voltar para a cidade histórica para ajudar os parentes de outras vítimas. "A gente deixou bons amigos que estão lá sem resposta", disse.
Samuel trabalhava para a mineradora através da empresa Geocontrole há cerca de um ano. Ele era casado e deixa quatro filhos, de três, seis, 11 e 13 anos.
Informações sobre velório e enterro não foram divulgadas. A família mora em Ribeirão das Neves, Região Metropolitana de Belo Horizonte.

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