terça-feira, 3 de novembro de 2015

Novo estudo revela que leões estão em grave ameaça de extinção‏

Foto: Shutterstock
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Leões são animais venerados por todo o mundo, mas as perspectivas para eles na África estão cada vez mais sombrias. Tendo perdido 80 por cento de sua faixa de habitat histórica, a sua população selvagem encolheu em 42 por cento nas duas últimas décadas. E de acordo com um estudo recém publicado, as coisas estão se tornando ainda piores para esses animais icônicos. As informações são do Mother Nature Network.
As populações de leões nas regiões central e ocidental da África estão projetadas para declinar outros 50 por cento nas próximas duas décadas, conforme reportado por pesquisadores na Proceedings of the National Academy of Sciences, a menos que “um grande esforço de preservação” possa ser convocado a seu favor. Esses felinos também estão desaparecendo na África Oriental, que vinha sendo há muito tempo considerada um reduto para a espécie. De todas as populações de contavam com pelo menos 500 indivíduos, aproximadamente todas estão em declínio.
No entanto, ainda há esperança. O estudo, que é baseado em dados de tendência para as populações de 47 diferentes grupos da África, também revelou que os números de leões estão aumentando em quatro países do sul: Botsuana, Namíbia, África do Sul e Zimbábue. Tais ganhos não são suficientes para compensar os problemas nas demais partes da África, mas eles podem lançar luz sobre como os humanos podem ajudar outros leões a voltar da beira do abismo.
“Essas descobertas indicam claramente que o declínio dos leões pode ser interrompido e até mesmo revertido no sul da África”, diz Hans Bauer, autor do estudo e especialista em leões da Unidade de Preservação da Vida Selvagem da Universidade de Oxford (WildCRU), em um comunicado sobre o novo estudo. “Infelizmente, a conservação dos leões não está acontecendo em mais largas escalas, levando a um status de vulnerabilidade global. Na verdade, a queda em muitos países é por demais severa e tem enormes implicações”.
Estima-se que 75.000 leões selvagens ainda existiam em 1980, mas graças a ameaças de humanos – ou seja, perda de habitat, caça, envenenamento e matança de suas presas – eles diminuíram para cerca de 20.000. A África Ocidental e a Central viram os piores declínios, porém o novo estudo sugere que a Oriental possa também estar perdendo os seus leões.
O estudo prevê uma chance de 67 por cento dos leões das Áfricas Ocidental e Central perderem metade de sua população nos próximos vinte anos. E encontra uma tendência similar, embora menos acelerada, na África Oriental, calculando uma chance de 37 por cento dos leões da região também perderem metade de  sua população até 2035. Por outro lado, os autores do estudo afirmam que os leões do sul da África estão desafiando essa tendência, largamente graças a uma melhor proteção.
Foto: Shutterstock
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Embora muitos leões ainda vivam livremente na África Oriental, seus parentes do sul estão confinados a reservas menores e cercadas, que são financiadas e mais intensivamente gerenciadas. Essas reservas ajudam a manter leões isolados das pessoas, reduzindo não só a caça dos leões como também de suas presas, o que frequentemente força esses animais a caçar animais em fazendas, resultando em matanças retaliatórias por fazendeiros locais e representando mais um problema a colocar os leões em uma espiral descendente.
Segundo a reportagem, além de isolá-los, os governos também podem reverter  essa situação através do aumento de recursos para fiscalização e segurança contra caçadores. “Nós temos as soluções”, disse o co-autor do estudo e presidente da ONG Panthera Luke Hunter à Scientific American, “mas o desafio é trazê-las a uma escala massiva”.
Apesar de ser encorajador que os leões ainda estejam prosperando em alguns lugares, a velocidade na qual eles estão desaparecendo em outros ameaça transformar a espécie de um ícone da África para uma novidade regional. “Se os orçamentos de gerenciamento de terras selvagens não pode acompanhar os níveis crescentes de ameaças”, disse o autor, “a espécie pode depender cada vez mais das áreas do sul e não será mais uma espécie emblemática dos ecossistemas naturais outrora vastos no resto do continente”.
Essas podem ser más notícias não só para os leões, aponta Hunter, como também para ecossistemas inteiros. “O leão desempenha um papel fundamental como carnívoro no continente”, diz ele, “e a queda livre das populações dos leões africanos que estamos assistindo hoje poderá mudar inexoravelmente toda a paisagem dos ecossistemas africanos”.
“Se não lidarmos com esses declínios urgentemente e em uma escala massiva, as populações intensivamente gerenciadas do sul da África serão pobres substitutas para as que vagam livremente nas icônicas savanas da África Oriental”, acrescentou o co-autor Paul Funston, diretor do programa de leões da Panthera. “No nosso ponto de vista, esta não é uma opção”.

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