Mianmar
Mianmar vai às urnas neste domingo (8), dando o maior passo em uma jornada da ditadura para a democracia, no primeiro pleito livre nacional em um quarto de século. O atual governo birmanês assumiu o poder em 2011, após a dissolução da Junta Militar. Mianmar teve sua última eleição livre em 1990, mas os militares, que governam o país desde 1962, ignoraram o resultado.
As escolha do presidente é indireta. A constituição de 2008 estabelece que o Parlamento elege o presidente, segundo a votação de três grupos: os representantes da câmara baixa, os da câmara alta e os das forças armadas - esses últimos não são eleitos pelo povo. Mais de 30 milhões de pessoas estão aptas a votar.
A ícone da oposição Aung San Suu Kyi é apontada como a favorita, já que seu partido, a Liga Nacional para a Democracia (NLD), deve vencer, segundo a agência Reuters. Porém, mesmo que seu partido vença por ampla maioria, o legado do regime militar implica que ela não poderá se tornar presidente. Isso porque a Constituição elaborada na época em que a junta militar governava o país veta o cargo de chefe de Estado a qualquer pessoa com um cônjuge ou filhos nascidos no exterior. É o caso de Suu Kyi, que tem dois filhos britânicos.
As escolha do presidente é indireta. A constituição de 2008 estabelece que o Parlamento elege o presidente, segundo a votação de três grupos: os representantes da câmara baixa, os da câmara alta e os das forças armadas - esses últimos não são eleitos pelo povo. Mais de 30 milhões de pessoas estão aptas a votar.
A ícone da oposição Aung San Suu Kyi é apontada como a favorita, já que seu partido, a Liga Nacional para a Democracia (NLD), deve vencer, segundo a agência Reuters. Porém, mesmo que seu partido vença por ampla maioria, o legado do regime militar implica que ela não poderá se tornar presidente. Isso porque a Constituição elaborada na época em que a junta militar governava o país veta o cargo de chefe de Estado a qualquer pessoa com um cônjuge ou filhos nascidos no exterior. É o caso de Suu Kyi, que tem dois filhos britânicos.
Vencedora do prêmio Nobel da Paz, Suu Kyi venceu a última eleição livre em 1990, cujo resultado não foi considerado. Ela passou a maior parte dos 20 anos seguintes sob prisão domiciliar antes de ser solta, em 2010.
Se a NLD conseguir maioria e for capaz de formar o primeiro governo democraticamente eleito de Mianmar desde 1962, Suu Kyi diz que será o poder por detrás do novo presidente, independente da constituição chamada por ela de "muito boba".
Se a NLD conseguir maioria e for capaz de formar o primeiro governo democraticamente eleito de Mianmar desde 1962, Suu Kyi diz que será o poder por detrás do novo presidente, independente da constituição chamada por ela de "muito boba".
Assentos reservados
Observadores ouvidos pela agência de notícias Associated Press dizem que as eleições são a melhor oportunidade de Mianmar em décadas para avançar a uma maior democracia, apesar de um obstáculo estabelecido para a oposição: dos 664 assentos no Parlamento, 25% estão reservados às forças armadas.
Para formar um governo e escolher seu próprio presidente, o NLD sozinho ou com aliados precisa conquistar mais de dois terços dos assentos no parlamento. Por outro lado, o partido do governo, Partido para Desenvolvimento e União Solidária (USDP), precisa de bem menos cadeiras se tiver o apoio do bloco militar no parlamento.
O USDP foi criado pela antiga junta e liderado por ex-autoridades militares. Os eleitores devem rejeitar o partido, segundo a Reuters, porque ele é associado com a ditadura brutal que instalou o governo civil do presidente Thein Sein, em 2011.
Observadores ouvidos pela agência de notícias Associated Press dizem que as eleições são a melhor oportunidade de Mianmar em décadas para avançar a uma maior democracia, apesar de um obstáculo estabelecido para a oposição: dos 664 assentos no Parlamento, 25% estão reservados às forças armadas.
Para formar um governo e escolher seu próprio presidente, o NLD sozinho ou com aliados precisa conquistar mais de dois terços dos assentos no parlamento. Por outro lado, o partido do governo, Partido para Desenvolvimento e União Solidária (USDP), precisa de bem menos cadeiras se tiver o apoio do bloco militar no parlamento.
O USDP foi criado pela antiga junta e liderado por ex-autoridades militares. Os eleitores devem rejeitar o partido, segundo a Reuters, porque ele é associado com a ditadura brutal que instalou o governo civil do presidente Thein Sein, em 2011.
'Resultado será respeitado'
O presidente Thein Sein disse nesta sexta-feira (6) em um discurso transmitido pela televisão que o resultado das eleições será respeitado. "Escutei que existem temores sobre se o resultado das eleições seria respeitado. Nosso governo e as forças armadas queremos reiterar que respeitaremos os resultados da eleição livre e justa", afirmou.
Suas declarações buscam indicar à comunidade internacional que o governo é sincero na realização de eleições livres, diante das preocupações sobre irregularidades nas listas de votantes, intimidação e privação de direitos civis de uma vasta parte da população composta pelos muçulmanos rohingya, que têm cidadania negada e, portanto, não podem votar.
Entusiasmo
O clima de entusiasmo na nação do sudeste asiático tomava conta do país às vésperas da eleição, reporta a Reuters.
O presidente Thein Sein disse nesta sexta-feira (6) em um discurso transmitido pela televisão que o resultado das eleições será respeitado. "Escutei que existem temores sobre se o resultado das eleições seria respeitado. Nosso governo e as forças armadas queremos reiterar que respeitaremos os resultados da eleição livre e justa", afirmou.
Suas declarações buscam indicar à comunidade internacional que o governo é sincero na realização de eleições livres, diante das preocupações sobre irregularidades nas listas de votantes, intimidação e privação de direitos civis de uma vasta parte da população composta pelos muçulmanos rohingya, que têm cidadania negada e, portanto, não podem votar.
Entusiasmo
O clima de entusiasmo na nação do sudeste asiático tomava conta do país às vésperas da eleição, reporta a Reuters.
"Eu realmente quero mudança", disse Zobai, um negociante de jade na segunda maior cidade de Mianmar, Mandalay, sem revelar sobrenome. "Eu estou vivo há 53 anos e tudo o que eu vi foi ditadura".
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