O ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse nesta quarta-feira (11) que não recebeu um convite da presidente da República, Dilma Rousseff, para assumir o Ministério da Fazenda. Durante o dia, a bolsa de valores de São Paulo operou em alta e o dólar em queda por conta dos rumores de que ele poderia assumir a principal pasta da área econômica, no lugar de Joaquim Levy. Ambos participaram nesta quarta do 10º Encontro Nacional da Indústria (Enai), em Brasília.
"Não há convite concreto e eu, como disse, não comento especulações ou não comento nenhum tipo de hipótese. Não sei o que as pessoas estão pensando ou decidindo. O que sei é exatamente o que eu estou fazendo, que é a minha atividade hoje. Estou muito bem, procurando colaborar em todos setores. Trabalhar com muito empenho, como fiz hoje aqui nessa palestra. A minha ideia é sempre olhar em cima de fatos, como sempre fiz", disse Meirelles.
Ao ser questionado por jornalistas se a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que ele assuma o cargo não enfraqueceria a gestão de Joaquim Levy, ele afirmou que não comentaria sobre coisas de que não está participando diretamente. "Esse tipo de assunto eu leio nos jornais como vocês. Então, não tenho condições de comentar sobre isso. De novo, não respondo sobre hipóteses", afirmou o ex-presidente do Banco Central.
Sobre as notícias de veículos de imprensa de que a presidente Dilma Rousseff teria resistência ao seu nome, Henrique Meirelles afirmou que já conversou com a presidente "em vários momentos durante muitas vezes e muitos anos".
"Trabalhamos juntos durante muitos anos. Sempre tivemos uma relação cordial e muito produtiva. Trabalhamos juntos no governo, ela como chefe da Casa Civil e eu no Banco Central, como também no Conselho Público Olímpico. Sempre foi uma relação cordial, tranquila, com convergências e divergências", afirmou.
Volta da CPMF
Interpelado se defende o retorno da CPMF, o ex-presidente do BC afirmou que o tributo não é necessariamente "positivo". A CPMF tem sido criticada pelo sistema produtivo e encontra resistências no Congresso Nacional, onde o governo busca aprovar o seu retorno para tentar reequilibrar as contas públicas e retomar uma trajetória de crescimento para a economia brasileira.
Interpelado se defende o retorno da CPMF, o ex-presidente do BC afirmou que o tributo não é necessariamente "positivo". A CPMF tem sido criticada pelo sistema produtivo e encontra resistências no Congresso Nacional, onde o governo busca aprovar o seu retorno para tentar reequilibrar as contas públicas e retomar uma trajetória de crescimento para a economia brasileira.
"Existem diversas formas de tributação que são mais produtivas para a economia ou menos negativas. Mas temos de trabalhar dentro de uma realidade concreta. Não estou no lugar dos responsáveis por isso. Então fica difícil avaliar se existem outras alternativas. O importante é que temos de ter um equilíbrio fiscal. Isso tem de ser perseguido. Temos de sinalizar para todos para que a segurança volte que existe uma solvência fiscal no futuro. É o primeiro sinal de retomada da confiança", afirmou Meirelles.
Ele avaliou ainda que é preciso vislumbrar uma queda da carga tribtuária. "A curto prazo, pode haver um aumento temporário, mas é preciso demonstrar claramente à sociedade o que vai acontecer e o que vamos fazer a frente para ela cair. Vai depender de um diálogo claro com as forças políticas e com a sociedade", declarou.
Em sua visão, não há duvida que existe uma clima de incerteza e que, em consequência disso, de insegurança na economia brasileira. "No momento em que existe uma recessão, é normal que exista insegurança em relação ao que vai acontecer. As pessoas ficam muito preocupadas com o que vai acontecer. Em dito isso, o importante é dar uma sinalização clara do que se está fazendo e do que vai fazer. A perspectiva, em ultima análise, é fazer com que as pessoas enfrentem o problema que é rela, está aí, e precisa ser enfrentado. Ter uma perspectiva à frente", concluiu.
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