O coronel Robson Silva, chefe do Estado Maior e um dos integrantes da cúpula da Polícia Militar doRio de Janeiro, afirmou nesta quinta-feira (19), durante audiência da CPI dos Autos de Resistência na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), que é necessário considerar a regulação da droga nas mãos do Estado.
Ele disse ainda que o dispêndio financeiro e humano no combate ao tráfico de drogas dá a sensação de "enxugar gelo" e que o fim do proibicionismo é "um caminho sem volta".
"Rever o proibicionismo é estar alinhado com o que há mais de vanguarda. Ou seja, encarar de maneira inteligente e falar na possibilidade de regulação de um mercado pelo Estado, porque na verdade a gente vai ficar enxugando gelo se ficar com essa legislação atual", afirmou Silva, durante a audiência que investiga casos de homicídio decorrentes de intervenção policial.
O coronel citou exemplos na América Latina e dos Estados Unidos, citado por ele como o "país que levantou a bandeira" antidroga.
O coronel também criticou a legislação que não define se a pessoa é usuária ou traficante, conforme a quantidade de droga encontrada com ela. Para ele, o combate da polícia deveria ser outro.
"Há um custo muito grande nas prisões [relacionadas] a drogas, de usuários, porque está na lei. Estamos prendendo, prendendo o usuário. É o que tem mais impactado na atuação de policiais de UPP. Nós estamos prendendo este tipo de criminoso e quando focamos nisso deixamos de focar no grande tráfico de drogas. O que mais tem afetado a segurança pública são as armas de fogo, a questão de homicídios, os grupos de extermínio. Deveria ser a prioridade não só no Rio como no Brasil", afirmou.
Também participaram da audiência o comandante-geral da PM, Alberto Pinheiro Neto, representantes da Anistia Internacional e deputados.
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