O grupo autodenominado 'Estado Islâmico' reivindicou a autoria dos atentados em Paris que deixaram ao menos 127 mortos e outros 180 feridos, e disse que eles foram uma resposta aos ataques franceses em seu território.
Os ataques quase simultâneos atingiram seis locais em Paris na sexta-feira à noite - bares e restaurantes movimentados, um show de uma banda americana e a região próxima a um estádio onde era realizado um jogo de futebol amistoso entre França e Alemanha.
Em comunicado, o 'Estado Islâmico' disse que seus combatentes "estudaram cuidadosamente" os locais onde foram realizados os ataques, segundo a Reuters. Relatos apontaram que oito homens-bomba e atiradores realizaram as ações. Todos morreram. Não se sabe se outros cúmplices estão foragidos.
Foi o pior ataque na Europa desde os atentados em Madri, em 2004, e o mais violento na França desde a Segunda Guerra Mundial.
Mais cedo, o presidente francês, François Hollande, havia responsabilizado o 'Estado Islâmico' pelos ataques, e os chamou de "ato de guerra". Ele prometeu uma guerra "impiedosa" contra terroristas.
Hollande disse que as ações foram planejadas e organizadas no exterior, com participação de células na França. O presidente elevou o nível de ameaça à segurança ao patamar mais alto, decretou estado de emergência e reforçou o controle de fronteiras do país.
O estado de emergência permite às autoridades fechar espaços públicos, impor toque de recolher e restrições à circulação de veículos e pessoas.
Moradores de Paris foram ordenados a permanecer fora das ruas e cerca de 1.500 militares foram deslocados para a cidade.
Todas as escolas, museus, bibliotecas, piscinas e mercados ficarão fechados neste sábado. Eventos esportivos também foram suspensos em Paris.
Locais atacados
- Bar La Belle Equipe, 11º distrito: ao menos 19 mortos em ataques a tiros
- Bar Le Carillon e restaurante Le Petit Cambodge, 10º distrito, homens atiraram em pessoas que estavam nos dois locais (entre eles dois brasileiros que estão fora de perigo) e deixaram ao menos 14 mortos
- Restaurante La Casa Nostra, 11º distrito: ao menos 5 mortos em ataques a tiros
- Estádio Stade de France, norte de Paris: explosões ouvidos de dentro do estádio, 3 autores mortos
- Casa de espetáculos Bataclan, 11º distrito: homens armados invadiram o local, ao menos 80 mortos
Sequência dos ataques
21h20: Primeiros ataques foram reportados em áreas boêmias não distantes da Place de La Republique, uma das principais da cidade e palco frequente de manifestações políticas e populares.
21h30: Enquanto a seleção do país jogava contra a Alemanha no estádio Stade de France, no norte da cidade, a primeira de ao menos duas explosões foi ouvida. O presidente francês, que assistia à partida, foi retirado do local às pressas.
Segundo relatos ainda não confirmados, houve a ação de ao menos um homem-bomba e ataques a tiros em restaurantes nos arredores da arena.
Após a partida, torcedores ficaram no gramado à espera de informações. Nos túneis, os jogadores das duas seleções assistiam aos desdobramentos da tragédia pela cidade – os alemães permaneceram no local pelo menos até as 2h30.
21:50: Disparos foram registrados em um café ao sul do local onde ocorreram os primeiros atentados. Segundo uma testemunha, dois homens abriram fogo no café.
22:00: A casa de shows Bataclan se tornou palco do pior ataque. Com 1.500 lugares, o espaço estava com todos os ingressos vendidos para a apresentação da banda de rock norte-americana Eagles of Death Metal.
Homens com armas automáticas abriram fogo contra a plateia e fizeram reféns. Duas horas depois, a polícia invadiu o local. Cerca de 80 pessoas morreram.
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