domingo, 10 de maio de 2015

Merkel e Putin discordam sobre pacto de não agressão de 1939 Pacto incluía protocolos secretos sobre a divisão da Polônia. Para a chanceler alemã o acordo 'estava sobre uma base ilegítima'.

O presidente russo Vladimir Putin e a chanceler alemã Angela Merkel durante coletiva de imprensa no Kremlin, em Moscou, na Rússia (Foto: Kirill Kudryavtsev/AFP)O presidente russo Vladimir Putin e a chanceler alemã Angela Merkel durante coletiva de imprensa no Kremlin, em Moscou, na Rússia, neste domingo (10) (Foto: Kirill Kudryavtsev/AFP)
Angela Merkel e Vladimir Putin discordaram neste domingo (10) sobre o pacto de não agressão firmado em 1939 entre a Alemanha nazista e a União Soviética, com o presidente russo afirmando que foi inevitável e a chanceler alemã qualificando de "ilegítima" a divisão da Polônia.
Os dois líderes se manifestaram sobre este momento-chave da história europeia do século XX em uma entrevista coletiva por ocasião da visita de Merkel à capital russa pelo 70º aniversário da vitória sobre as tropas nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
Estes protocolos, mantidos em segredo durante 50 anos, foram revelados em 1989, após a perestroika promovida por Mikhail Gorbachov.Em agosto de 1939, Alemanha e União Soviética firmaram um tratado de não agressão, chamado pacto Molotov-Ribbentrop, que incluía uma série de protocolos secretos sobre a divisão da Polônia entre as duas potências e a anexação dos países bálticos à URSS.
Para Putin, o pacto foi uma forma de se evitar um confronto direto com a Alemanha de Adolf Hitler. "A União Soviética fez um trabalho gigantesco em favor de uma resistência coletiva ao nazismo na Alemanha (...) e para formar um bloco antifascista na Europa".
"Este pacto tinha um sentido da perspectiva de se garantir a segurança da União Soviética".
Já Merkel disse ser "difícil compreender o pacto Molotov-Ribbentrop sem ter em conta a cláusula secreta que previa a divisão da Polônia e a anexação dos países bálticos".
"Deste ponto de vista, acredito que não foi correto, que estava sobre uma base ilegítima", declarou a chanceler em Moscou.

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