A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI),Christine Lagarde, elogiou nesta sexta-feira o ajuste fiscal promovido pelo Governo de Dilma Rousseff desde sua posse no começo do ano e afirmou que já é possível perceber sinais sobre seus efeitos positivos. Na abertura do 17o Seminário Anual de Metas para Inflação, realizado no Rio de Janeiro, Lagarde afirmou que a austeridade macroeconômica brasileira “vai claramente na direção correta”, ainda que a inflação continuará alta em 2015, em razão do reajuste dos preços administrados.
A dirigente francesa reforçou as críticas em relação ao recente aumento dos juros no Brasil (agora em 13,25% ao ano), em um cenário de evidente desaceleração econômica. “Nossas análises indicam que uma nova dose de estímulo poderia ameaçar seriamente a credibilidade conquistada no passado. Tal credibilidade é particularmente importante para restaurar e sustentar as perspectivas de um crescimento forte, equilibrado e inclusivo”, destacou.
Durante seu discurso, a diretora-gerente do FMI afirmou que o organismo prevê um crescimento de 1% para a economia brasileira em 2016. “É necessário garantir que as reformas estruturais também sejam incluídas no mix de políticas, para que as economias possam liberar seu potencial de crescimento”, concluiu Lagarde, lembrando que a menor demanda interna latino-americana também está relacionada com atrasos na infraestrutura. A diretora-geral do FMI disse que o Brasil está bem representado nos fóruns internacionais e se referiu, por último, à provável alta nas taxas de juros nos Estados Unidos, como “a decisão de política monetária mais esperada da atualidade [...] e uma das principais preocupações nas mentes dos presidentes dos bancos centrais nesta e em outras regiões.”Na presença do presidente do Banco Central (organizador do evento), Alexandre Tombini, Lagarde defendeu a necessidade de se levar em conta a “diversidade” de países na hora de elaborar políticas globais e avaliou que a América Latina ainda enfrenta dificuldadesresultantes da queda dos preços das matérias-primas, da redução da demanda mundial (“particularmente da China”) e da desaceleração da demanda doméstica”.
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