Risco de dengue cresce por mudanças no clima e urbanização, revela pesquisa
Por Magdalena Mis
LONDRES (Thomson Reuters Foundation) - Grandes partes da Europa, do oeste e do centro da África e da América do Sul enfrentam a ameaça de surtos de dengue devido a mudanças climáticas e maior urbanização, de acordo com os primeiros mapas da vulnerabilidade à doença divulgados nesta terça-feira.
Pesquisa da Universidade das Nações Unidas descobriu que a dengue, transmitida pela picada de mosquitos e que pode levar à morte, está se movimentando, e os mapas que indicam as áreas vulneráveis são uma ferramenta para ajudar a prevenir surtos.
"Mudanças no clima podem resultar num aumento da exposição e representar uma ameaça grave a áreas que não sofrem com a dengue endêmica no momento”, disse o relatório.
Os pesquisadores afirmaram que, à medida que o planeta aquece, a dengue pode alcançar grandes porções da Europa e regiões montanhosas da América do Sul, áreas hoje muito frias para abrigar os mosquitos durante o ano inteiro.
A previsão é que a doença também pode se espalhar nas regiões central e ocidental do continente africano, onde o saneamento básico e o serviço de saúde são insuficientes.
Os novos mapas ilustram a expansão e a contração da vulnerabilidade à dengue durante o ano, mostrando os locais críticos e onde o vírus pode se tornar perigoso. Assim, os países poderiam fazer o monitoramento.
"Vimos em relação ao Ebola que neste mundo globalizado em que vivemos doenças infecciosas podem viajar”, disse Corinne Schuster-Wallace, pesquisadora da Universidade das Nações Unidas, à Thomson Reuters Foundation, por telefone, do Canadá.
"As condições dessas doenças são dinâmicas, e, uma vez que estamos mudando o nosso padrão social e ambiental, a distribuição global de doenças como a dengue vai mudar.”
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