Morte de policias aumenta pressão sobre prefeito de Nova York
Por Laila Kearney e Edward McAllister
NOVA YORK (Reuters) - O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, enfrenta a maior crise da sua carreira política depois que um homem matou a tiros dois policiais, no fim de semana, num ataque cuja intenção era vingar a morte de negros desarmados pela polícia nos Estados Unidos.
Policiais da cidade viraram as costas para o prefeito em protesto durante uma entrevista à imprensa, e o sindicato da categoria disse que De Blasio tinha sangue nas mãos depois do ataque de sábado.
Investigadores disseram que o responsável pelas mortes é um homem negro de 28 anos com uma longa ficha policial, que talvez tenha tido problemas mentais no passado, e que alertou sobre as suas intenções nas redes sociais.
As suas mensagens no Instagram indicam que ele foi motivado pelas mortes do Michael Brown, de 18 anos, e Eric Garner, em ações policiais.
De Blasio foi eleito no ano passado prometendo avançar com os direitos civis depois de duas décadas de policiamento duro terem ajudado Nova York a superar a reputação por crimes violentos. Ele tem mostrado apoio aos manifestantes que tomaram as ruas de Nova York depois que um juri decidiu, no início do mês, não indiciar o policial que matou Garner com uma gravata em julho, quando ele resistiu à prisão.
A posição do prefeito tem levado a relações tensas com o maior sindicato policial da cidade. Críticos na polícia consideram que o prefeito não tem demonstrado apoio suficiente à corporação em tempos de revolta pública.
"Prefeitos tendem a não se sair muito bem quando o departamento de polícia e os seus homens não estão contentes”, disse o estrategista político de Nova York Hank Sheinkopf, que tinha entre os seus clientes Michael Bloomberg, antecessor do atual prefeito.
As mortes de Garner, em Nova York, e de Brown, em Ferguson, no Missouri, têm gerado protestos violentos no país. Outro juro decidiu também não acusar formalmente o policial envolvido na morte de Brown. Os casos provocaram um debate público sobre raça e policiamento, que tem envolvido inclusive o presidente Barack Obama e o seu secretário de Justiça, também negro, Eric Holder.
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