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Posted: 08 Nov 2014 12:30 AM PST
Desde que assumiu, presidente vinha mantendo distância do projeto de controle da imprensa. Agora, defende regulação "econômica" do setor.
A presidente Dilma Rousseff durante entrevista para os jornais Folha de S.Paulo, O Estado de São Paulo, O Globo e Valor Econômico, no gabinete no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta quinta-feira (06) (Pedro Ladeira/Folhapress)
Na semana em que a Executiva do PT publicou resolução em que faz diversos ataques à oposição e prega a regulação dos meios de comunicação em prol da hegemonia do partido, a presidente Dilma Rousseff admitiu que pretende abrir um "processo de discussão" sobre a regulação econômica da imprensa. Disse que não sabe ainda como será esse processo, mas afirmou que "isso jamais poderá ser feito sem consultar a sociedade". Sobre a resolução do partido, a presidente afirmou: "Eu não represento o PT, represento a Presidência da República", informa a versão on-line do jornal O Globo. "A opinião do PT é a opinião do partido, não me influencia. Não sou presidente do PT, sou presidente dos brasileiros", disse Dilma, segundo o jornal Folha de S. Paulo.
"Liberdade de imprensa é uma pedra fundadora da democracia. E a liberdade de expressão talvez seja a maior coisa que emergiu da democracia", disse. "Democracia é o direito de todo mundo ter uma opinião mesmo que não concorde com ela", prosseguiu. Na sequência, Dilma afirmou que "outra coisa é confundir isso com a regulação econômica do setor". "Essa é uma outra discussão. Diz respeito a monopólios. Em qualquer setor econômico, seja energia, petróleo, tem regulações e a mídia não pode ter?", questionou.
Assim como o controle de conteúdo, o fim do que o PT classifica como "monopólio dos meios de comunicação" sempre foi bandeira defendida nos projetos do partido para regulação da imprensa. Ou seja, além de voltar sua artilharia contra os grandes grupos de comunicação, sempre alvo dos irados discursos petistas contra a imprensa, o partido busca golpear a receita publicitária dos veículos de informação - o que poderia redundar, no futuro, no controle indireto do conteúdo pelo governo. Desde que assumiu o Planalto, a presidente vinha mantendo distância do projeto petista de controle da imprensa: sepultou, inclusive, o projeto de lei para "regulação das comunicações" elaborado pela legenda durante o governo Lula, e que trazia na raiz o embrião autoritário da censura.
Economia - A presidente afirmou na tarde desta quinta que vai fazer o "dever de casa" e apertar o controle da inflação e que também fará um reajuste em todas as contas do governo. O posicionamento de Dilma, que vem dando sinais para acalmar a desconfiança do mercado, ocorreu durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto. Ela sinalizou ainda que não mexerá nem no centro nem no intervalo da meta de inflação, cujo teto definido pelo Banco Central é de 6,5%.
Dilma afirmou ainda que não está fazendo o "arrocho" que acusou a oposição de defender. Durante a campanha eleitoral, o PT buscou associar seu opositor, Aécio Neves (PSDB), às políticas econômicas impopulares que levariam, por exemplo, ao aumento do desemprego. Nesta quinta, contudo, ela disse que não está fazendo "estelionato eleitoral" ao adotar medidas econômicas como o aumento da taxa de juros, logo após ser eleita, para acalmar o mercado. A presidente também voltou a comentar a nomeação de seu futuro ministro da Fazenda, que substituirá Guido Mantega, e indicou que ele só será definido semanas após o G20, encontro com as vinte maiores economias do mundo que será realizado nos dias 15 e 16 deste mês. Ela, contudo, deixou claro que ainda não fez convite nenhum.
Fonte: veja.abril.com.br - (Com Estadão Conteúdo)
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