sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Republicanos criticam regularização de imigrantes anunciada por Obama.

Republicanos criticam regularização de imigrantes anunciada por Obama

Por Agência Brasil  - Atualizada às 
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Republicanos chamaram de inconstitucional o projeto de regularização de 5 milhões de imigrantes ilegais do presidente

Agência Brasil
Os adversários republicanos do presidente americano Barack Obama chamaram de inconstitucional o projeto de regularização de 5 milhões de imigrantes ilegais anunciado na noite de quinta-feira (20) e prometeram travá-lo no Congresso e na Justiça.
Reuters
Simpatizantes de Barack Obama em frente à Casa Branca, Washington, após anúncio de novas medidas sobre a reforma migratória (20/11)
"Não é assim que a nossa democracia funciona", afirmou o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner. "O presidente disse anteriormente que não era um rei nem um imperador, mas comporta-se como tal", criticou.
As medidas propostas "são inconstitucionais e ameaçam a democracia", observou o representante republicano Michael McCaul. O procurador do Texas, governador a partir de janeiro, anunciou na quinta que levará o caso à Justiça.
"Os texanos têm verificado diretamente os custos e consequências da política ditatorial de Obama em matéria de imigração", declarou Greg Abbott, em comunicado. "Estou pronto para desafiar imediatamente o presidente na Justiça, com o objetivo de restabelecer a soberania e garantir um Estado de Direito", acrescentou.
Declarações semelhantes vieram do Congresso, onde o senador republicano John McCain e outros parlamentares falaram da possibilidade de contestar as medidas no tribunal.
"Temos a obrigação e a responsabilidade de combater esses abusos de poder flagrantes, que não resolvem quaisquer problemas", disse Kevin McCarthy, líder da maioria republicana da Câmara.
Bem vista
O anúncio da regularização de 5 milhões de imigrantes nos Estados Unidos pelo presidente Barack Obama, uma medida há muito esperada no país, foi recebido com alívio e alegria.
"Já não temos de andar escondidos, nem com medo da deportação", disse a hondurenha Yeisy Alcântara, que manifestou esperança de que as novas regras consigam impedir que o seu marido, atualmente em um centro de detenção, seja enviado de volta a Honduras.
Grupos de defesa dos direitos dos imigrantes reuniram-se nessa quinta-feira (20) à noite para ouvir o discurso de Obama, que ofereceu a possibilidade de legalização de, pelo menos, 5 milhões, dos 11 milhões de pessoas que vivem no país sem documentos.
"Obama está hoje pagando uma dívida com a comunidade imigrante", disse a ativista Nora Sandigo. Ela lembrou que não se trata ainda de uma reforma migratória, apesar de ser um passo que estabelece agilidade ao Congresso.
A ex-secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton defendeu o plano de Barack Obama e apelou aos republicanos para que aprovem toda a reforma no Congresso.
"Ao abdicar das suas responsabilidades, a Câmara dos Representantes abriu caminho para essa ação executiva, seguindo os precedentes de presidentes de ambos os partidos há várias décadas", destacou Hillary em um comunicado intitulado Apoio à Decisão do Presidente.
A ex-secretária, que tem sido indicada como possível candidata à Presidência do país em 2016, divulgou a nota imediatamente depois de Obama anunciar as medidas.
"Apenas o Congresso pode concluir essa medida, aprovando uma reforma bipartidária que mantém famílias unidas, que trata todas as pessoas com dignidade e compaixão, que defende o primado da lei, que protege as nossas fronteiras e a segurança nacional e que tira da sombra milhões de pessoas lutadoras", disse ela.
Obama decidiu avançar unilateralmente na área de imigração depois de esperar durante um ano que os republicanos desbloqueassem no Congresso a sua reforma migratória integral, aprovada pelo Senado em junho de 2013 e prometida desde a campanha eleitoral de 2008.
O governo mexicano também recebeu com otimismo as medidas anunciadas pelo presidente norte-americano, que podem "beneficiar um número significativo de mexicanos".
A Secretaria das Relações Exteriores disse, em comunicado, que as medidas podem melhorar as oportunidades dos mexicanos nos Estados Unidos, assim como impulsionar a "sua dignidade e segurança".
Segundo a secretaria, "a decisão permitirá aumentar as contribuições dos mexicanos para a economia e a sociedade dos Estados Unidos".

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