Presidenciável derrotado na última eleição, o senador Aécio Neves (PSDB) se reuniu ontem pela primeira vez com as principais lideranças do tucanato de São Paulo, no Centro da Capital, e afirmou que o desafio da aliança é manter a unidade para a corrida pelo Planalto em 2018. Comandante do PSDB nacional, o ex-candidato convocou a militância para encabeçar movimento de oposição ao governo Dilma Rousseff (PT). “Temos grande desafio que é manter essa chama, de mudança. A população pode ser protagonista deste caminho”, disse, em discurso inflamado.
O evento serviu simbolicamente para Aécio agradecer a votação obtida em São Paulo, onde venceu com 6,8 milhões de votos de diferença. “Pretendo viajar por todo o País (reconhecendo apoio), mas não poderia começar (peregrinação) por outro lugar que não fosse aqui. Não perdemos politicamente”, sinalizou, ao lado do governador Geraldo Alckmin, do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, do senador Aloysio Nunes, seu companheiro de chapa, e deputados.
Aécio reafirmou que o grupo “não pode permitir” que essas forças se dispersem no meio do processo, incentivando continuidade da mobilização. “Estou determinado a fazer oposição vigorosa. A nossa campanha fica registrada com marca de quem foi às ruas gritar basta de tanta corrupção”, avaliou, citando os escândalos na Petrobras. No decorrer de sua fala, o senador foi interrompido por uma militante, que antecipou a realização de protesto hoje contra Dilma, e o questionou se havia chance de derrubar o atual governo. “Manifestações são legítimas.”
FHC alegou que o PSDB sente como se tivesse ganhado o pleito. “É só olhar as caras atormentadas deles (petistas). Não sabem o que fazer. Nós vamos olhar para frente, sem revanchismo. Estamos construindo o amanhã contra esses desmandos, mas não vou falar neles, tenho vergonha. Quero estar bem (de saúde) daqui quatro anos para ajudar na campanha”, frisou o ex-presidente. “O Brasil não está dividido. É mentira. O País está unido a acabar com essa ladroeira.”
Nos corredores, militantes falavam sobre “ressurgimento do PSDB”. “Voltou a ser partido forte”, disse um deles. Cerca de 1.000 pessoas compareceram ao ato. Em eleições anteriores, desde 2002, o tucanato entrou rachado no páreo, deixando rupturas. O saldo apertado, contudo, surtiu efeito contrário.
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