segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Pior bombardeio em um mês no leste da Ucrânia coloca cessar-fogo em xeque

Por Reuters  - Atualizada às 
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Rússia e Ucrânia trocam acusações de violação de trégua em uma guerra que já matou 4.000 pessoas

Reuters
Getty Images
Cessar-fogo corre risco de fracassar após nova onda de violência no leste ucraniano
O reduto rebelde de Donetsk, no leste da Ucrânia, foi atacado neste domingo (9) no maior bombardeio em um mês, e a Organização pela Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) afirmou que viu uma coluna de tropas, sem identificação, em território rebelde, o que Kiev considera ser prova de que Moscou enviou reforços.
Um cessar-fogo de dois meses para encerrar uma guerra que matou 4.000 pessoas parece mais frágil do que nunca desde os últimos dias. Os dois lados acusam o opositor de violar os termos do plano de paz.
Jornalistas da Reuters em Donetsk, que estiveram lá durante todo o combate, disseram que o bombardeio pareceu mais intenso que em qualquer outro momento desde outubro, quando um playground foi acertado, com 10 mortes. Os ataques de domingo parecem ter saído de um território controlado por forças rebeldes e também do governo.
O Exército ucraniano disse que o seu impasse com os separatistas apoiados pela Rússia no leste ficou ainda mais intenso na semana passada, quando os rebeldes empossaram novos líderes depois de eleições que o governo considera terem violado os termos da trégua.
A Ucrânia acusa a Rússia de enviar uma coluna de 32 tanques e caminhões de tropas para o leste do país para apoiar os rebeldes pró-Rússia nos últimos dias. Moscou há muito tempo nega que suas tropas operam no leste da Ucrânia, embora muitos tenham morrido na região.
A Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que inclui a Rússia, a Ucrânia, os Estados Unidos e países da Otan, opera no leste da Ucrânia com a benção dos dois lados e é vista como neutra.
O comunicado no qual diz que avistou uma coluna armada em território rebelde ajuda a reforçar a posição de Kiev de que Moscou está enviando reforços para proteger os separatistas, aos quais o Kremlim agora se refere como "Nova Rússia".
Em um comboio com 40 veículos, "19 eram grandes caminhões - estilo Kamaz, cobertos, e sem nenhuma identificação ou placa - cada um rebocando um morteiro de 122mm e contendo pessoas em uniformes verde escuro sem insígnias", disse a organização em um comunicado.
A Ucrânia disse que não tem nenhuma dúvida que essas novas tropas vieram da Rússia.
"Embora a OSCE não tenha especificado da onde vieram o equipamento e os soldados, o Exército ucraniano não tem dúvida da identidade deles", disse o porta-voz militar Andriy Lysenko.
"A última semana foi caracterizada por um aumento da intensidade de bombardeios e a transferência de forças adicionais: munição, equipamento e tropas, para grupos terroristas", disse Lysenko.
Repórteres da Reuters em Donetsk disseram que o bombardeio intenso, com artilharia pesada, continuou ao longo da noite até as primeiras horas da manhã, e então foi retomado no final da manhã de domingo. O bombardeio podia ser ouvido do centro da cidade, que tinha uma população, antes do conflito, de mais de 1 milhão de pessoas.
Grandes nuvens de fumaça escura poderiam ser vistas sobre as ruínas do aeroporto, que ainda está sob controle do governo, mas que os separatistas estão tentando controlar.
Lysenko disse que três soldados ucranianos morreram nas últimas 24 horas e 13 ficaram feridos.
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