quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Petrobras rescinde contrato de US$ 800 mi com a Iesa


Empreiteiras

Petrobras rescinde contrato de US$ 800 mi com a Iesa

Negócio previa a construção de 24 módulos para plataformas de petróleo; cancelamento aprofunda crise financeira na empreiteira, investigada pela PF

Teminal Transpetro da Petrobras, em Barueri
Teminal Transpetro da Petrobras, em Barueri (Reinaldo Canato/VEJA)
A Petrobras rescindiu um contrato com a Iesa Óleo e Gás que previa a construção de 24 módulos para plataformas de petróleo no Polo Naval do Jacuí, na cidade de Charqueadas, no Rio Grande do Sul. O negócio de 800 milhões de dólares estava ameaçado há meses, devido à crise financeira enfrentada pela Iesa e a consequente dificuldade em honrar o contrato – em setembro, o grupo Inepar, controlador da empresa, entrou com pedido de recuperação judicial.
"A Petrobras e seus parceiros BG e Galp, sócios para desenvolvimento da produção do Bloco BMS11 do pré-sal da Bacia de Santos, informam que o contrato assinado com a Iesa Óleo e Gás para fornecimento do Pacote III de Módulos de Replicantes foi rescindido. Será realizada, oportunamente, nova licitação para a contratação dos serviços", informou a estatal.
Por enquanto, nenhum módulo de plataforma encomendado foi entregue. A Iesa estourou todos os prazos, atrasou salários e afastou os trabalhadores de forma temporária, enquanto não se chegava a uma solução para a crise. A notícia da rescisão não é uma surpresa, já que as tratativas para tentar manter o contrato se arrastaram por meses, sem sucesso. A estatal tentou inclusive encontrar um parceiro comercial para assumir o projeto junto com a Iesa. Andrade e Gutierrez e Queiroz Galvão chegaram a negociar, mas não fecharam.
No entanto, para o prefeito de Charqueadas, Davi Gilmar de Souza, a decisão pode ter sido antecipada pelo envolvimento de executivos da Iesa Óleo e Gás na sétima fase da operação Lava Jato, que investiga casos de irregularidades em contratos da Petrobras. "Foi a gota d'água", disse. O diretor de Operações da Iesa Óleo e Gás, Otto Garrido Sparenberg, e o diretor presidente da empresa, Valdir Lima Carreiro, estão em prisão temporária em Curitiba. Gilmar contou que foi informado da rescisão pela própria Iesa, nesta terça-feira.
Com o fim do contrato com a Petrobras, os mil trabalhadores que atuam na unidade da Iesa em Charqueadas devem ser dispensados. Representantes da cidade gaúcha se reuniram hoje com o vice-presidente da República, Michel Temer, para pedir uma solução capaz de manter os empregos e salvar o Polo Naval do Jacuí - já que a Iesa é a principal empresa operando no local.
(Com Estadão Conteúdo)

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