Prefeito da capital diz que não sabia de esquema de corrupção e exonera 3
Polícia Federal investiga esquema de propinas em contratos e licitações.
Cesar Souza Junior disse que ficou surpreso com a notícia da operação.
O prefeito de Florianópolis Cesar Souza Junior disse na tarde desta quarta-feira (12) que não sabia do esquema de corrupção investigado pela Polícia Federal e que envolve servidores de três órgãos públicos do Município. Ele afirmou que ficou surpreso com a Operação Ave de Rapina, deflagrada nesta quarta (12), que investiga fraudes em licitações e o pagamento de propina a servidores públicos por empresários. Ele ainda relatou que três funcionários presos foram exonerados.Outros dois já haviam sido afastados em setembro, após serem flagrados com R$ 90 mil que, segundo eles, foram doados por uma empresa de instalação de radares.
No total, 14 pessoas foram presas, entre elas o vereador Marcos Aurélio Espíndola (PSD), conhecido como Badeko. Ainda conforme a PF, as investigações começaram em novembro de 2013 e apontaram a existência de um esquema de corrupção em três órgãos: a Câmara de Vereadores, o Instituto de Planejamento Urbana de Florianópolis (Ipuf) e a Fundação Cultural Franklin Cascaes.
Entre as irregularidades estão fraudes em contratos de eventos e instalação de radares. "Dos radares, o que temos é que certamente os contratos foram forjados com base em licitações fraudadas. Isso gera um enriquecimento brutal, contratos milionários, em troca de pagamentos de vantagem indevida, de propina para os servidores públicos", disse o delegado da Polícia Federal Allan Dias.
Ainda conforme o delegado, durante a operação foram cumpridos 38 mandados de busca e apreensão, mandados de prisão e de condução coercitiva na capital catarinense, em Joaçaba, no Oeste, e nas cidades gaúchas de Porto Alegre, Vera Cruz, Santa Cruz do Sul e Flores da Cunha. Além de Badeko, entre os envolvidos estão o presidente da Câmara Municipal de Florianópolis, Cesar Faria, que foi levado à PF para prestar depoimento, e também o o diretor de tecnologia da Kopp, Eliseu Kopp, empresa especializada em paineis e radares eletrônicos.
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Esquemas de corrupção
Os servidores receberiam o dinheiro dos empresários em troca da manutenção ou elaboração de contratos milionários. De acordo com a PF, foi comprovado que empresas especializadas em radares e lombadas eletrônicas simulavam concorrência em licitações com o apoio de servidores para garantir a elaboração de contratos com o poder público. Em troca, pagavam mensalmente propina aos integrantes da organização criminosa.
Os servidores receberiam o dinheiro dos empresários em troca da manutenção ou elaboração de contratos milionários. De acordo com a PF, foi comprovado que empresas especializadas em radares e lombadas eletrônicas simulavam concorrência em licitações com o apoio de servidores para garantir a elaboração de contratos com o poder público. Em troca, pagavam mensalmente propina aos integrantes da organização criminosa.
Outra conclusão das investigações, conforme a PF, foi que empresários especializados em eventos festivos e culturais fraudavam licitações, também com a participação ativa de agentes públicos de Florianópolis, através do recebimento de informações privilegiadas relativas às empresas concorrentes e orientações de como proceder para fraudar o processo, com consequente desvio e apropriação de recursos públicos.
Um terceiro resultado foi a comprovação da existência de corrupção na elaboração de leis municipais em Florianópolis visando beneficiar empresários, que pagavam altas quantas em dinheiro para ter os interesses estampados nas normas municipais.
Durante as investigações, foi comprovada a realização de depósitos e saques do dinheiro referente à propina, com a utilização da conta de terceiros. Foi feita a apreensão de um valor de aproximadamente R$ 100 mil no Rio Grande do Sul, juntamente com aditivos contratuais superfaturados, destinados ao município de Florianópolis.
Posição da Prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Florianópolis afirmou que está à disposição da Polícia Federal e de qualquer órgão de controle para todos os esclarecimentos que se fizerem necessários. "A administração municipal é a maior interessada no cabal esclarecimento de todas as denúncias e suspeitas contra quem quer que seja".
Em nota, a Prefeitura de Florianópolis afirmou que está à disposição da Polícia Federal e de qualquer órgão de controle para todos os esclarecimentos que se fizerem necessários. "A administração municipal é a maior interessada no cabal esclarecimento de todas as denúncias e suspeitas contra quem quer que seja".
A assessoria da Prefeitura afirmou que aguarda mais informações sobre a operação "para definir quais medidas serão tomadas no âmbito administrativo".
O G1 entrou em contato com a Câmara de Vereadores de Florianópolis, Ipuf e Fundação Franklin Cascaes, porém as instituiçoes não se posicionaram sobre a operação até a publicação desta reportagem.
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