quarta-feira, 5 de novembro de 2014

05/11/2014 15h28 - Atualizado em 05/11/2014 15h35

Campanhas de Campos e Marina gastaram R$ 61 milhões, diz PSB

Empresas que seriam donas do jato em que Campos morreu não aparecem.
Na época do acidente, partido se disse ‘alheio’ às negociações entre sócios.

Renan RamalhoDo G1, em Brasília
O PSB arrecadou e gastou neste ano cerca de R$ 61 milhões na campanha de Eduardo Campose depois na de Marina Silva à Presidência da República, segundo prestação de contas final entregue nesta terça-feira (4) pelo comitê financeiro do partido ao Tribunal Superior Eleitoral.
O valor é mais que o dobro dos gastos realizados pela campanha de Marina em 2010, de R$ 24,1 milhões, quando disputou a Presidência pelo PV.
Na prestação de contas deste ano, o PSB informou as doações e gastos de forma conjunta para Eduardo Campos, que morreu em acidente aéreo em 13 de agosto, e de Marina Silva, então candidata a vice e que o sucedeu na disputa presidencial.
Na prestação de contas do comitê, não consta das despesas pagamento às empresas e pessoas que, segundo o próprio PSB, eram as proprietárias ou arrendatárias do jato Cessna em que Campos viajava quando morreu.
Segundo informou o PSB à época, a AF Andrade, empresa de Ribeirão Preto, era a arrendatária da aeronave junto à Cessna Finance, que financia a venda de aviões da Cessna, a fabricante do jato.
De acordo com o partido, em maio deste ano, a AF Andrade, pediu a transferência do contrato de leasing para os empresários João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho e Apolo Santana Vieira, dos grupos empresariais BR-Par Participação Ltda. e Bandeirantes Cia. Pneus Ltda. de Pernambuco.
Questionado sobre os gastos na época, o PSB alegou que "esteve alheio às negociações" realizadas entre empresários de Pernambuco e São Paulo para adquirir a aeronave. Em setembro, reportagem do Jornal Nacional revelou que empresas fantasmas pagaram à empresa R$ 1.710.297,03 supostamente para bancar o jato.
Ao G1, um dos coordenadores de campanha de Marina, Bazileu Margarido, afirmou que não houve nada de irregular na prestação de contas de campanha apresentada pela candidata.
Disse, porém, que a coordenação financeira de Eduardo Campos estava a cargo de outra pessoa, Renato Tibur, não localizado até a última atualização desta reportagem.
Em nota, o PSB informou que 67,5% do dinheiro captado na campanha veio de empresas (R$ 41,2 milhões do total de R$ 61 milhões) e cerca de 5%, de pessoas físicas (R$ 3.026.300,00). Ainda segundo a leganda, as doações pela internet somaram 0,52% do total (R$ 317.049,24). Em 2010, as doações pela rede haviam alcançado R$ 170 mil.

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