Cid Gomes sugere fusão de partidos para reforçar base de apoio a Dilma
Governador do Ceará diz que vai articular criação de bloco na Câmara.
Objetivo é tentar enfraquecer o chamado ‘blocão’ liderado pelo PMDB.
Na tentativa de enfraquecer a influência do "blocão" liderado pelo PMDB, o governador do Ceará, Cid Gomes, sugeriu nesta terça-feira (4) a fusão de partidos que compõem a base aliada da presidente Dilma Rousseff para reforçar o apoio à petista em votações na Câmara e Senado.
Após se reunir com a presidente reeleita no Palácio do Planalto, Gomes também anunciou que articulará, imediatamente, a criação de uma frente parlamentar governista para desidratar o grupo de legendas que se uniu para ampliar o poder de negociação com o Executivo em votações da Câmara. Segundo o governador, a ideia é formar um bloco parlamentar com força sufiente para anular “pressões e chantagens” contra a presidente da República.
Cid Gomes afirmou que, para ter "relevo" na Câmara, a frente parlamentar favorável ao governo federal deveria reunir cerca de 50 parlamentares.
“Isso [a criação de uma frente na Câmara] tem que ser discutido para que a gente aprimore e veja a melhor estratégia. O melhor, para mim, seria, inicialmente, compor a frente e que ela possa evoluir, na sequência, a um partido novo. Um partido que resulte da fusão de alguns partidos”, explicou o governador do Ceará.
Apesar de, formalmente, fazer parte da base governista, o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), negociou na semana passada com lideranças de PTB, PSC, PR e SD a criação de um bloco parlamentar para aumentar o poder de barganha com o Planalto.
Dois dias após a reeleição de Dilma, o bloco liderado por Cunha ajudou a oposição a impor uma derrota à petista no Legislativo, com a derrubada do decreto elaborado pela Presidência que estabelece a consulta a conselhos populares por órgãos do governo antes da implementação de políticas públicas.
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Fusão
Ao ser questionado sobre quais partidos poderiam se unir para dar origem a um novo partido, Cid Gomes ponderou que, na opinião dele, deveriam ser legendas com ideologia de esquerda. Ele citou PDT e PCdoB como exemplos de siglas que poderiam se fundir para reforçar o apoio à gestão Dilma. Ele também ressaltou que parlamentares insatisfeitos com PSB e PSOL poderiam reforças as fileiras do eventual partido.
Ao ser questionado sobre quais partidos poderiam se unir para dar origem a um novo partido, Cid Gomes ponderou que, na opinião dele, deveriam ser legendas com ideologia de esquerda. Ele citou PDT e PCdoB como exemplos de siglas que poderiam se fundir para reforçar o apoio à gestão Dilma. Ele também ressaltou que parlamentares insatisfeitos com PSB e PSOL poderiam reforças as fileiras do eventual partido.
"Eu acho que é fundamental que ela [Dilma] possa ter, além do PT, dois partidos ou frentes fortes que possam ajudá-la na governabilidade. […] Eu penso que esse movimento, de ter uma frente ou um partido de centro para além do PMDB e um partido ou frente à esquerda, ajuda na governabilidade e reduz o espaço da pressão que muitas vezes beira até a chantagem”, completou.
A jornalistas, Cid Gomes não quis comentar quais foram as opiniões da presidente sobre a formação da frente ou a fusão dos partidos. O governador do Ceará, que deixará o cargo em dezembro deste ano, disse que seria “indelicado” manifestar o posicionamento de Dilma.
Gomes disse avaliar que, nos próximos dois meses, a presidente passe por "grandes dificuldades" em razão de "sentimentos raivosos e de vendeta". "Dos que querem prejudicá-la, prejudicar o país, prejudicar o governo e eu quero ajudá-la nisso, me coloquei à disposição", completou.
Novo governo
Questionado sobre se discutiu com a presidente reeleita uma possível participação no novo governo, Cid Gomes afirmou não ser candidato a ministro. De acordo com ele, cabe à chefe do Executivo decidir sobre quem irá chefiar as pastas a partir de 2015.
Questionado sobre se discutiu com a presidente reeleita uma possível participação no novo governo, Cid Gomes afirmou não ser candidato a ministro. De acordo com ele, cabe à chefe do Executivo decidir sobre quem irá chefiar as pastas a partir de 2015.
“O meu projeto, na linha onde tenho trabalhado, é ir para o Banco Interamericano, passar uma temporada nos EUA como consultor do banco”, disse o governador cearense. Ao ser indagado sobre se poderia assumir o Ministério da Educação, Gomes afirmou que não irá comentar especulações.
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