terça-feira, 4 de novembro de 2014

04 de novembro de 2014 • 21h25

Ucrânia envia mais soldados para o leste do país

Operação visa evitar possíveis ataques dos rebeldes pró-Rússia contra Mariupol, Berdiansk, Carcóvia e o norte de Lugansk, explicou Poroshenko

Presidente ucraniano Poroshenko faz discurso durante reunião de seu partido em Kiev, em 31 de outubro.
Foto: Divulgação / Reuters
Presidente alega intenção de defender cidades da região de ataques de separatistas pró-Rússia. Medida é anunciada após repúblicas autoproclamadas realizarem eleições duramente criticadas pelo Ocidente.
Após as controversas eleições nas repúblicas autoproclamadas de Lugansk e Donetsk, Kiev mobilizou novas tropas para o leste e sudeste do país. O presidente Petro Poroshenko declarou, nesta terça-feira (04/11), que ordenou a seus líderes militares que enviem reforços para proteger as cidades da região, segundo a agência de notícias Interfax.
A operação visa evitar possíveis ataques dos rebeldes pró-Rússia contra Mariupol, Berdiansk, Carcóvia e o norte de Lugansk, explicou o chefe de Estado. Ele acenou com a possibilidade de retroceder em seus planos de conceder direitos de autonomia às regiões separatistas. Ao mesmo tempo, porém, confirmou a intenção de se ater ao plano de paz que estabeleceu.
Em entrevista ao jornal alemão Bild, o ministro ucraniano do Exterior, Pavlo Klimkinin, comentou que "de fato, algumas regiões da Ucrânia Oriental estão sob controle de terroristas pró-Rússia e de tropas russas". "Mas essas são regiões ucranianas, vamos tomá-las de volta", prometeu.
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Nesse sentido, o chanceler urgiu o Ocidente a endurecer as sanções contra Moscou, ressaltando que as possibilidades de ação de Kiev são restritas. Após sérias derrotas dos militares ucranianos na luta contra os separatistas, em agosto último, Poroshenko descartara a opção de dar fim às rebeliões nas regiões orientais com uso de violência.
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Tropas russas perto da fronteira
No último domingo, os separatistas pró-Moscou realizaram eleições governamentais e parlamentares em Donetsk e Lugansk. O governo federal acusa os rebeldes de violar o Acordo de Minsk, pois o combinado foram eleições municipais, e não a legitimação de líderes rebeldes. Kiev enfatiza que estes almejam maior proximidade ou até mesmo filiação à Federação Russa.
Apesar das críticas também internacionais, o comandante rebelde Alexander Zakharchenko já assumiu a chefia de governo da autoproclamada "República Popular de Donetsk", onde recebeu 80% dos votos. Em Lugansk, o "premiê" eleito é o líder separatista Igor Plonitsky.
Segundo o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, foram avistadas tropas russas se aproximando da fronteira com a Ucrânia. Ele acusou a Rússia de intervenção militar continuado no conflito ucraniano, também ao fornecer aos separatistas equipamento e treinamento.

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