- 14/11/2017
A agência de notícias Reuters revelou que a Venezuela deixou de pagar uma dívida com o Brasil de US$ 262,5 milhões e o governo brasileiro, que agora não tem mais um petista no comando, deve ir ao Clube de Paris cobrar a conta do ditador Nicolas Maduro.
Segundo a Reuters, o atraso já ultrapassa os dois meses, dentro do chamado Convênio de Créditos Recíprocos, uma câmara de compensação entre países da América do Sul, já é considerado um calote pelo Governo Temer. Uma carta foi enviada à embaixada venezuelana no Brasil a avisando da possibilidade de o país levar o caso ao Clube de Paris, ao qual aderiu formalmente em 2016.
O papel do Clube é justamente tratar da dívida dos países. “O Brasil pretende usar essa estrutura para tratar da cobrança”, disse uma das fontes à agência de notícias. Apesar de o valor não ser alto, o fato de a Venezuela não ter conseguido honrar suas dívidas dentro do mecanismo de compensação é um péssimo sinal para o governo de Nicolás Maduro.
No CCR, a compensação é multilateral. Países que têm a pagar fazem os depósitos e as retiradas duas a três vezes por ano. O CCR é uma garantia de pagamento, já que aquilo que um país tem a receber é depositado e usado para pagar as dívidas com os demais.
Em informação enviada à Reuters, por email, o Brasil deveria ter recebido US$ 334,5 milhões. “Tais valores eram compostos pela soma dos saldos bilaterais do Brasil perante todos os demais países da CCR. Tendo em conta o ocorrido com a Venezuela, os valores a serem recebidos pelo Brasil foram recalculados”, explicou o Banco Central. No final, o Brasil recebeu apenas US$ 72 milhões, dos demais países.
Por ser teoricamente uma garantia de pagamento, o CCR ainda permitia a Venezuela comprar produtos, especialmente alimentos e medicamentos, dos países vizinhos. O não pagamento pelo CCR pode piorar ainda mais a situação venezuelana, que já não tem crédito em nenhum país.
Calote da Venezuela com o Brasil já bate os US$ 5 bilhões
Segundo cálculos feitos pelo governo brasileiro e por empresas apontam para uma dívida de US$ 5 bilhões entre o governo Maduro e empresas brasileiras. A situação perdura há mais de dois anos, sem solução, e empresas brasileiras só têm aceitado exportar para a Venezuela com pagamento adiantado. No primeiro semestre deste ano, o governo brasileiro anunciou que tentaria enviar uma missão de negociação a Caracas para tratar das dívidas, mas até hoje não teve sucesso.
Eis os feitos da política externa dos petistas no poder. Se ainda fosse um presidente petista neste momento, jamais recorreriam ao Clube de Paris para cobrar os velhacos bolivarianos. Afora a Venezuela, ainda temos o risco de calote que o governo cubano pode dar no financiamento da construção do porto de Mariel, obra bancada pelo BNDES e autorizada pelo então presidente Lula.
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