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TEN POLIGLOTA 2012 - PMDF - CBMDF |
Posted: 01 Jan 2017 04:00 PM PST
Recebi esse texto em meu zap privado e achei-o interessante porque traduz uma realidade que muitos de nós, policiais de todas as forças, passamos quando o limite chega. Quando a reserva e a reforma é o fim da linha na caserna!
Não sei se o “Sgt Humberto” é um ser fictício. Não importa. O que interessa é que existe uma realidade, nua, dura e crua, e realíssima o qual precisamos encarar de frente.
Fiz algumas correções no texto, poucas, até mesmo para uma melhor compreensão do leitor e, quem sabe, uma reflexão. Mas sua essência continua a mesma. Vamos a ele:
“O caso do Sgt Humberto é algo tão emblemático quanto os de qualquer reformado. A síndrome de rejeição, o sentir-se excluído após ir para a reserva (aposentadoria), o descobrir que existe vida após a polícia e que ele não estava preparado para ela, traz muita intranquilidade.
Somo tribais (repito isso todos os dias) e por 30 anos sentamos em torno da fogueira, contamos nossos casos, lembramos de nossas batalhas e as vezes conseguimos tempo para chorar nossos mortos.
Após 30 anos vamos embora para uma casa que pouco vimos (não adianta dizer que é diferente, pois nossa grande maioria de mikes sejam policiais masculinos ou policiais femininos vivemos dessa forma), filhos que pouco nos relacionamos e dinâmicas domesticas de difícil entendimento.
O stress começa ao descobrir que a esposa assiste Vale a Pena Ver de Novo ao invés de estar limpando a casa, que o filho de 11 anos se veste como um “mala” e que sua linguagem normal é um dialeto incompreensível, digno de um filme de “noiados”. Somos todos assim.
Nem de longe alguns, digo, alguns poucos, acordam mais cedo e percebem o valor de dar um abraço no "moleque" que está crescendo, na filha que está virando moça, na importância do diálogo sem preconceitos e na divisão de tarefas em casa onde se delimita quem manda e quem obedece. O poder do elogio e a força da correição.
Não é segredo de que muitos de nossos irmãos acabam por retornar para tentar uma vida mais equilibrada em meio ao caos conhecido da caserna onde tudo é dimensionado, tudo está escrito, tudo está previsto na regra. Outros tantos não se adaptam a vida sem "negas" sem sms ou whatsapp de amantes virtuais, de namoros rápidos e etc. A esposa ou o esposo são estranho que dormem na mesma cama e o vício de 30 anos em adrenalina agora se foi e só sobrou a rebordosa, a ausência, a tentativa de querer algo mais.
Não adianta teimarmos em dourar a pílula, mas o culto "polícia" cobra seu preço ao longo dos anos que não temos tempo para nos preparar; todos os dias, conectados a uma farda, esquecemos de nos preparar para a inevitável reserva e reforma, o inevitável retorno a nossa casa.
E quando chegamos em casa após 30 anos, lá está a esposa(o) modificada (o) pelo tempo; que não tem mais o peito musculoso nem as pernas torneadas das mocinhas e dos rapazotes da rua. Ledo engano tentar querer ser de novo jovem no corpo, e melhor será perceber que o espirito sim é imortal e eternamente jovial. A grande maioria se esquece de se conectar a um sentido maior da vida, de ir na igreja comungar uma hóstia (para os católicos), confessar seus "pecados", se perdoar de injustiças cometidas em nome do serviço, de pedir desculpas, de perdoar e de se sentir perdoado, de congregar em sua comunidade, de falar com "ELE" e se ajoelhar sem pedir nada em troca a não ser paz e sossego.
Insônia para nós é mato, sair na noite para caçar em meio a selva de pedra e algo tão bom que vicia mas que tem prazo de validade.
Estou a 06 anos de minhas "férias" e desejo de verdade estar preparado para isso. Não minto que nesses anos de serviço não uma, mas várias vezes, a "solução final" foi acariciada com carinho, que as vezes o cão de nossa arma se torna mais bonito que o normal, que a vontade de partir como todo "samurai" moderno acaba por ser sobejada, mas o sentido maior da vida TEM de sobrepujar tais vontades.
O caso do Sgt Humberto entra na mesma estatística não revelada de nossas forças de segurança (Militar, Civil, Federal, PRF, GM, AGEPEN, FFAA) onde mais se morre por conta da pressão que somente quem a sofre pode dimensionar.
Num acompanhamento sem pretensão de ser finalizador, nesse ano de 2016 em todo o Brasil conseguimos coletar dados de 49 Autoextermínios CONSUMADOS e 02 tentados, isso sem catalogar os novos de agora. Uma conta que mostra que temos uma tropa doente e que seria caso de reforma compulsória para muitos. Estamos doentes e não percebemos, ou se percebemos, o CULTO e a força do guerreiro nos faz esconder, ocultar, rir e fazer troça de nossa fraqueza. Já era. Temos de estar bem e pronto.
Morremos todos os dias um pouquinho e aquilo que nos faz eternos, o que podemos deixar de legado acabamos por ignorar e deixar de lado.
O que fazemos aqui (mesmo neste grupo) nos torna eterno e abençoados.
Nada mais importa e se a coisa está pegando demais, se estamos caindo, se estamos fraquejando.
Caramba. Para na porta de uma igreja, seja ela qual for, católica, evangélica, um templo muçulmano, uma mesquita, um templo budista, um ir fraterno, Rosa cruz, qualquer coisa. Não importa.
Se não está afim de abrir a boca, não precisa. Entre e sente-se lá. Fique sentado e espere. Não pergunte “#@$%$” nenhuma. Se abra apenas para algum tipo de resposta.
Se comprometa a entender que tem mudanças a serem feitas, não no mundo, mas em você meu amigo.
Fora isso, entenda de uma vez por todas que EXISTE VIDA FORA DA POLICIA, E VIDA EM ABUNDANCIA...”
Autor desconhecido...
Por Poliglota..atualização
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