domingo, 22 de janeiro de 2017

Dono de avião era sócio de empresário André Esteves, solto por Teori




Carlos Alberto Filgueiras tem sociedade com BTG desde 2012


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Ex-presidente do BTG Pactual, André Esteves - Pablo Jacob/Agência O Globo


SÃO PAULO — O empresário Carlos Alberto Ferreira Filgueiras, dono do avião que carregava o ministro Teori Zavascki e também morto no acidente de quinta-feira, era sócio do BTG Pactual na empresa Forte Mar Empreendimentos e Participações, dona do prédio ocupado pelo Hotel Emiliano na Praia de Copacabana, no Rio. Filgueiras tem 10% da empresa; os 90% restantes pertencem ao Development Fund Warehouse, um fundo de investimentos do BTG. O empresário, fundador do Grupo Emiliano, era amigo do ministro.

Filgueiras era membro do Conselho de Administração da Forte Mar ao lado de Carlos

Daniel Rizzo da Fonseca, um dos sócios do BTG. A assessoria do BTG confirmou a sociedade, mas disse que o banco não se pronunciaria.

Na condição de relator da Lava-Jato, Teori Zavascki tomou pelo menos uma decisão envolvendo o BTG. Em 25 de novembro de 2015, um dos sócios do BTG, o empresário André Esteves, foi preso pela Lava-Jato, acusado de participar de uma negociação que envolvia pagamentos à família do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró para que ele não assinasse acordo de delação premiada. Na mesma operação policial o ex-senador Delcídio do Amaral foi preso.
Em 17 de dezembro, Teori libertou o banqueiro e determinou prisão domiciliar, depois que a defesa argumentou que a prisão havia sido decretada com base apenas nas declarações de Delcídio, que havia falado sobre a participação de Esteves. Em abril de 2016, Teori revogou a prisão domiciliar e permitiu que ele voltasse a trabalhar.

DECISÃO SEM TEORI

Filgueiras era também autor de pedido de trancamento no STF de uma ação, movida pelo Ministério Público Federal (MPF), em que era acusado de desmatar Mata Atlântica e construir ilegalmente na Ilha das Almas, em Paraty. Na mesma ação, o empresário era acusado de criar praias artificiais.
Nesse caso, o pedido foi distribuído para o ministro Edson Fachin, que negou o pleito.
Filgueiras e Teori viajavam juntos no avião do empresário, que caiu na última quinta-feira a dois quilômetros da cabeceira da pista, em Paraty. Cinco pessoas morreram. Além dos dois, o piloto Osmar Rodrigues, a massoterapeuta Maíra Panas e sua mãe, Maria Hilda Panas, morreram no acidente.

O ministro se hospedaria na casa do empresário, a mesma que foi alvo da ação no STF. Os dois eram amigos há cinco anos.
Segundo pessoas próximas ao ministro, eles se conheceram em 2013, durante período em que Teori se hospedou no Hotel Emiliano, em São Paulo, para acompanhar o tratamento de câncer da esposa, no Hospital Sírio Libanês. Ela faleceu naquele no mesmo ano.


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