quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Febre Amarela





Febre Amarela é uma doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por mosquitos, tanto em áreas urbanas e silvestres. Em áreas florestais, os principais vetores são os mosquitos Haemagogus e Sabethes. Para o enfrentamento da doença, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente a vacina por meio do Calendário Nacional de Vacinação nas Unidades Básicas de Saúde (também conhecida como Posto de Saúde), principalmente para as pessoas que moram ou vão viajar em área rural, silvestre ou de mata.
Em Minas Gerais, o último caso humano autóctone (quando a doença é contraída dentro do estado) de Febre Amarela silvestre havia ocorrido em 2009, no município de Ubá, e evoluiu para cura. Porém, no início de 2017, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) foi notificada sobre a ocorrência de casos suspeitos de febre hemorrágica a esclarecer em municípios das regiões de Teófilo Otoni, Coronel Fabriciano, Manhumirim e Governador Valadares, com a ocorrência de morte de primatas, conhecida como epizootia.
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ATENÇÃO: OS INFORMES ESTÃO SENDO ATUALIZADOS, DIARIAMENTE, A PARTIR DAS 17H30, SALVO EVENTUALIDADES
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Desde a notificação, a SES-MG tem desencadeado as ações preconizadas para vigilância e assistência dos casos suspeitos de febre amarela, como:
  • Realização de ações educativas de mobilização social para eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti em municípios infestados, visando evitar a reurbanização da Febre Amarela no Brasil;
  • Apoio aos municípios na investigação dos casos e nas ações de mobilização, controle e vacinação.
  • Ampliação da oferta de vacina aos viajantes não vacinados que se destinem à Área Com Recomendação de Vacina no Brasil (ACRV)ou para países com risco de transmissão, pelo menos 10 dias antes da viagem
  • Intensificação da vacinação em municípios que são área com recomendação de vacina no Estado, elevando assim as coberturas vacinais , com priorização das populações de áreas rurais e silvestres, principalmente para aqueles indivíduos com maior risco de exposição (população de área rural, silvestre, pessoas que fazem turismo “ecológico” ou “rural”, agricultores, extrativistas e outros que adentram áreas de mata ou silvestres);
  • Notificação e investigação oportuna (até 24h) de todos os casos humanos suspeitos, incluindo aqueles de doenças febris ictéricas e/ou hemorrágicas, óbitos por causa desconhecida e mortes de primatas. 
DECRETO Nº20, DE 12 DE JANEIRO DE 2017: Declara Situação de Emergência em Saúde Pública Regional na área de abrangência das Unidades Regionais de Saúde de Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Manhumirim e Teófilo Otoni, e em razão de surto de Doenças Infecciosas Virais (Casos Prováveis de Febre Amarela), e cria Sala de Situação com o objetivo de monitorar as ações administrativas.
» Clique aqui e aqui para conferir orientações sobre aplicação de recurso financeiro estadual para execução de ações de vigilância, prevenção e controle do vetor pela Resolução SES-MG nº 5.483/2016 e ações emergenciais em saúde pública pela Resolução SES-MG nº 5.558/2016.

A maior frequência da Febre Amarela ocorre entre os meses de dezembro e maio, período com maior índice de chuvas, quando aumenta a proliferação do vetor, o que coincide ainda com maior atividade agrícola.
Geralmente, quem contrai este vírus não chega a apresentar sintomas ou os mesmos são muito fracos. As primeiras manifestações da doença são repentinas: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização permanente contra a febre amarela.
Em área rural ou silvestre, a infecção acontece quando uma pessoa que nunca tenha contraído a febre amarela, ou tomado a vacina contra a doença, circula em áreas florestais e é picada por um mosquito infectado, o Haemagogus e o Sabethes. Ao contrair a doença, a pessoa pode se tornar fonte de infecção para o Aedes aegypti – o mesmo da Dengue, Zika e Chikungunya – no meio urbano. No entanto, desde 1942, a febre amarela urbana não é registrada no país.
A medida mais importante para prevenção e controle da febre amarela é a vacinação. Por este motivo, o Ministério da Saúde alerta que, toda a população que reside ou que se desloque para regiões silvestres, rurais ou de mata de áreas com recomendação de vacina (ACRV), deve se imunizar.

A vacina é recomendada a todas as pessoas, principalmente aquelas que moram ou vão viajar para áreas com indícios de febre amarela. Está disponível, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), em todas as unidades de saúde, e deve ser administrada pelo menos 10 dias antes do deslocamento para áreas de risco. Ela é válida por 10 anos. As pessoas que não estiverem com doses em dia, precisam atualizar o cartão de vacina.
Esquema Vacinal
O atual esquema vacinal contra febre amarela é composto por uma dose aos 9 meses de idade* e um reforço aos 4 anos. Para indivíduos a partir de 5 anos de idade que receberam uma dose da vacina antes de completar 5 anos, é necessário administrar um reforço a ser avaliado pela equipe de saúde. Já para pessoas que nunca foram vacinadas ou não possuem comprovante de vacinação é necessário administrar a primeira dose da vacina e um reforço após 10 anos. Dessa forma, indivíduos que já receberam duas doses da vacina ao longo da vida já podem ser considerados imunizados e não precisam do reforço de 10 em 10 anos. Pessoas com 60 anos ou mais, que nunca foram vacinadas, ou sem o comprovante de vacinação, o médico deverá avaliar o benefício desta imunização, levando em conta o risco da doença e o risco de eventos adversos nesta faixa-etária ou decorrente de comorbidades.
* Por conta do número expressivo de casos, o Ministério da Saúde abriu o início do período de vacinação contra a febre amarela para pessoas acima de seis meses de vida se elas morarem ou forem viajar para áreas rurais, de mata ou silvestre.

Contraindicações
  • Crianças com menos de 6 meses de idade;
  • Indivíduos com histórico de reação anafilática a substâncias presentes na vacina (ovo de galinha e seus derivados, gelatina e outros produtos que contêm proteína animal bovina);
  • Pacientes com histórico de doenças do timo (miastenia grave, timona, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica), também devem buscar orientação de um profissional de saúde
  • Pacientes com imunossupressão de qualquer natureza:
Pacientes infectados pelo HIV com imunossupressão grave;
Pacientes em tratamento com drogas imunossupressoras (corticosteroides, quimioterapia, radioterapia, imunomoduladores);
Pacientes submetidos a transplante de órgãos;
Pacientes com imunodeficiência primária;
Pacientes com neoplasias.
Obs.: Gestantes deverão ser avaliadas de acordo com o risco de contrair a doença, dependendo da área em que moram ou para a qual irá viajar.
Já o tratamento da febre amarela visa atenuar os sintomas da doença, com cuidadosa assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado. Nas formas graves, o paciente deve ser atendido em Unidade de Terapia Intensiva, com vista a reduzir as complicações e o risco de óbito.

Qualquer pessoa deve se vacinar contra a Febre Amarela?
Toda pessoa acima de seis meses de vida que mora ou vai viajar para área rural, de mata ou silvestre deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para se vacinar contra a Febre Amarela. A vacina é gratuita e oferecida pelo do Sistema Único de Saúde (SUS).
Não tenho Cartão de Vacina? O que devo fazer?
Você deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua casa para fazer o seu Cartão de Vacina pelo SUS. Lembre-se: o cartão é um documento muito importante que reúne todo o seu histórico vacinal durante a vida. Por isso, o guarde com cuidado.
Só crianças devem ter Cartão de Vacinação atualizado?
Não. Todas as pessoas devem manter atualizado o seu cartão. Trata-se de um documento indispensável, uma vez que o controle das vacinas pode evitar uma série de doenças. Assim, não só crianças, como adolescente, adultos e idosos devem manter suas vacinas em dia.
Quem toma medicação controlada pode se vacinar contra a Febre Amarela?
Sim. Não há nenhum problema de interação medicamentosa entre a vacina e outros medicamentos. Em caso de dúvida, consulte a equipe de saúde.
A partir de quantos meses um bebê pode se vacinar?
O bebê pode ser vacinado a partir dos seis meses de idade, quando a criança reside em uma área em que há morte de macacos com suspeita de febre amarela e na área em que há casos de febre amarela silvestre. Mas fora dessas situações, o calendário de vacinações indica a imunização aos nove meses de idade.
A doença se chama febre amarela por que quem a contrai fica obrigatoriamente com icterícia?
A icterícia é uma coloração amarelada que aparece na pele e nos olhos, que é uma característica da doença. Mas temos que lembrar que existem formas muito leves da doença que não chegam a formar a icterícia. Já a febre sim, essa acontece em todas as situações.
Não me lembro se já vacinei contra Febre Amarela. O que eu faço?
A vacina contra a Febre Amarela faz parte do calendário de vacinação do SUS, por isso se você tiver com a sua imunização em dia provavelmente você já se vacinou. Basta conferir o seu Cartão de Vacinação. Mas, caso ainda tenha dúvida, procure a equipe de saúde na Unidade Básica de Saúde (UBS) para fazer a avaliação e a necessidade de se vacinar.
Quantas doses da vacina são necessárias para a imunização completa contra a febre amarela?
Indivíduos que já receberam duas doses da vacina ao longo da vida já podem ser considerados imunizados e não precisam do reforço de 10 em 10 anos. 
Como é organizado o esquema vacinal contra a Febre Amarela no SUS?
Por conta do número expressivo de casos, o Ministério da Saúde abriu o início do período de vacinação contra a febre amarela para pessoas acima de seis meses de vida se elas morarem ou forem viajar para áreas rurais, de mata ou silvestre. Para quem não é ou vai para estas regiões, o atual esquema vacinal contra febre amarela é composto por uma dose aos 9 meses de idade e um reforço aos 4 anos. Para indivíduos a partir de 5 anos de idade que receberam uma dose da vacina antes de completar 5 anos, é necessário administrar uma dose de reforço a ser avaliada pela equipe de saúde. Já para pessoas que nunca foram vacinadas ou não possuem comprovante de vacinação é necessário administrar a primeira dose da vacina e um reforço após 10 anos.
A febre amarela urbana e a febre amarela silvestre são a mesma doença? Há diferenciação dos sintomas ou gravidade?
Sim, tanto a febre amarela silvestre quanto a urbana têm manifestações clínicas idênticas em ambos os casos de transmissão. O vírus e a evolução clínica são os mesmos; a diferença está apenas nos vetores. No ciclo silvestre, em áreas florestais, o vetor da febre amarela são os mosquitos Haemagogus e o Sabethes. Já no meio urbano, a transmissão se dá pelo Aedes aegypti.
Existe a possibilidade de uma pessoa infectada na área rural ir para a cidade, infectar mosquitos e iniciar a transmissão em área urbana?
Sim, existe essa possibilidade. Por isso, a prevenção por meio da vacinação e da eliminação dos criadouros do Aedes aegypti é fundamental. Clique aqui e confira alguns cuidados simples para evitar a transmissão do mosquito que também transmite a Dengue, Zika e Chikungunya
A febre amarela é contagiosa?
A doença não é contagiosa, ou seja, não há transmissão de pessoa a pessoa. É transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus da febre amarela.
Há vacinas contra a febre amarela suficientes no Estado?
Sim. A vacina contra a febre amarela é ofertada no Calendário Nacional do SUS e enviada, mensalmente, pelo Ministério da Saúde, para todo o país. Neste momento, o estado de Minas Gerais conta com cerca de 300 mil doses em estoque, acrescidas de outras 735 mil doses a serem enviadas pelo Ministério da Saúde nesta 1ª quinzena de janeiro. Dessa forma, são 1 milhão de unidades de vacina para imunizar a população do estado que ainda não completou o esquema vacinal.
O município pode alegar falta de vacina contra a Febre Amarela?
Neste momento não existe essa possibilidade. Os municípios devem se organizar para solicitar o quantitativo suficiente para a vacinação. Os casos de falta são pontuais, uma vez que tem havido grande procura e alguns municípios não dispõem de estrutura para armazenar grandes quantidades da vacina.
É verdade que os macacos transmitem a febre amarela?
Não. Os macacos não transmitem a febre amarela para o homem e NÃO são os responsáveis pelo transmissão da febre amarela. Eles são as principais vítimas. As mudanças climáticas e a degradação ambiental provocadas pelo homem são as principais responsáveis pelo recente aparecimento de inúmeras doenças infecciosas. Especialistas acreditam que o avanço da doença tem sido facilitado pelo deslocamento de pessoas infectadas ou pela dispersão dos mosquitos.
Posso afirmar então que os macacos são fundamentais para o controle da doença?
Com certeza. Os primatas prestam um importante auxílio no controle da febre amarela. Por adoecerem primeiro, os primatas dão às autoridades informações valiosas sobre a circulação do vírus. O achado de macacos mortos serve de alerta para que os órgãos de saúde pública iniciem campanhas de vacinação. Algumas pessoas pensam que os macacos transmitem a febre amarela aos humanos, o que é completamente errado. Além de ilegal e de tornar mais crítico o estado de conservação desses animais, a matança indiscriminada, assim como o envenenamento intencional de macacos são extremamente prejudiciais ao próprio homem. Se eles forem mortos pelo homem, descobriremos que a febre amarela chegou a determinada região apenas quando as pessoas contraírem a doença.
O que devo fazer se encontrar um macaco doente e/ou morto na minha região?
No caso de encontrar um macaco doente e/ou morto, o cidadão deve acionar o setor zoonoses do município para que as devidas providências possam ser tomadas a contento. A partir da denúncia, o profissional da zoonoses acionado verificará se o animal morto apresenta condições de coleta e envio para exames laboratoriais. O procedimento de coleta é específico e deve ser realizado por profissional habilitado para tal. O laboratório de referência nacional que processa as amostras de macacos provenientes de Minas Gerais é o Instituto Evandro Chagas no Pará. Não há data definida para a soltura de resultados por este laboratório.
» Clique aqui e confira no "Blog da Saúde MG" mais perguntas e respostas sobre a Febre Amarela.

Em Minas Gerais ocorreram dois surtos de Febre Amarela entre os anos de 2001 a 2003 em regiões distintas. O primeiro surto, em 2001, ocorreu na região do Centro-Oeste mineiro, quando foram confirmados 32 casos humanos de febre amarela com 16 óbitos. Abrangeu 12 municípios da região e confirmou-se a origem silvestre da doença em todos os casos. Foi realizada vacinação casa a casa de toda a população da região, fator que contribuiu bastante para evitar o surgimento de novos casos.
Em dezembro de 2002, iniciou-se o surto do Alto Jequitinhonha, atingindo seis municípios. Ocorreram 64 casos humanos de febre amarela silvestre com 23 óbitos. Adotou-se a vacinação casa a casa de toda a população da região e municípios contíguos, a fim de evitar a ocorrência de novos casos.
Nos anos de 2008 e 2009, ocorreram dois casos confirmados de febre amarela silvestre no Noroeste de Minas e na Zona da Mata. Não ocorreram casos humanos da doença no Estado entre os anos de 2010 e 2016.
Com o propósito de aumentar a sensibilidade do sistema de vigilância da Febre Amarela e a oportunidade da resposta dos serviços de saúde pública em seu controle, foi criada de forma gradual, em todo o país, a notificação e investigação de epizootias em primatas, buscando a detecção oportuna da circulação do vírus.
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