Ex-analista da NSA vazou detalhes do programa de espionagem dos EUA e se refugiou na Rússia. Ex-militar vazou documentos secretos do país e foi presa e condenada a 35 anos.
O ex-agente de inteligência americano Edward Snowden, que vazou documentos secretos dos EUA e se refugiou na Rússia (Foto: BBC)
A Rússia decidiu estender por "alguns anos" a residência do ex-analista da Agência de Segurança Nacional Americana (NSA) Edward Snowden, afirmou nesta quarta-feira (18) uma porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do país.
"A residência de Snowden na Rússia foi estendida por mais alguns anos", afirmou a porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova.
Snowden vazou em 2013 detalhes de programas de espionagem dos Estados Unidos de alcance nacional e internacional e se refugiou na Rússia para evitar ser processado. Os EUA grampearam diversos líderes mundiais, inclusive a ex-presidente brasileira, Dilma Rousseff, ex-ministros e até o avião presidencial, segundo o WikiLeaks.
O anúncio ocorre um dia após a Casa Branca anunciar que a pena de Chelsea Mannin foi comutada pelo presidente Barack Obama e será solta em 17 de maio. A ex-militar transgênero foi condenada a 35 anos de prisão por vazar dados também ao WikiLeaks.
Manning vazou um número recorde de documentos secretos (470 mil registros das guerras do Iraque e do Afeganistão, 250 mil telegramas do Departamento de Estado americano e outros documentos classificados), o que representou um revés para a diplomacia americana quando o Wikileaks publicou os documentos.
Snowden também pediu a Obama perdão pelo seu vazamento, mas a Casa Branca afirmou que não iria concedê-lo, pois o ex-analista da NSA fugiu para a Rússia em vez de comparecer aos tribunais americanos.
'Muito mais graves'
Em entrevista coletiva, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse na sexta (13) que "há uma grande diferença entre Chelsea Manning e Edward Snowden", já que a primeira "foi sentenciada e reconheceu a gravidade de seus atos". "Pelo contrário, Snowden fugiu e se refugiou em um país que tentou minar a confiança em nossa democracia", declarou.
Earnest admitiu que os vazamentos de Manning, que incluíam dados diplomáticos e relatórios das guerras no Iraque e no Afeganistão, foram "danosos para a segurança nacional", mas que os de "Edward Snowden foram muito mais graves e muito mais perigosos".
Ex-prestador de serviços para a Agência de Segurança Nacional (NSA), Snowden revelou programas de espionagem secretos que permitiam registrar dados de ligações e outras comunicações de americanos sem permissão expressa de uma ordem judicial, algo que transgride a Constituição, além de espionar aliados estrangeiros.
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