sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Marcelo Odebrecht deve ser ouvido sobre acordo de delação nesta sexta

27/01/2017 06h48 - Atualizado em 27/01/2017 07h23

Marcelo Odebrecht está preso desde junho de 2015 pela Lava Jato.

Adriana JustiDo G1 PR, com informações do Hora 1










O ex-presidente do Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, que está preso na carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba, deve ser ouvido por juízes auxiliares do Supremo Tribunal Federal (STF) na sede da Justiça Federal, também na capital paranaense, por volta das 9h desta sexta-feira (27).
A audiência tem como objetivo validar o acordo de delação do executivo, que foi detido na  14ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada em junho de 2015. Ele deve deixar a Superintendência da PF às 8h20.
Odebrecht já foi condenado a mais de 19 anos de prisão por envolvimento no esquema de corrupção descoberto na Petrobras pela Lava Jato e responde por crimes como corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Até quinta-feira (26), pelo menos 60 dos 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht que fizeram delação premiada na Operação Lava Jato foram ouvidos. O depoimento do ex-presidente e principal herdeiro do grupo deve encerrar as audiências para confirmar se as delações foram de livres e espontânea vontade.

O trabalho foi iniciado nesta semana por autorização da presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, após uma conversa com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que pediu urgência no caso. A homologação poderá ser feita pela própria ministra de forma fatiada, à medida que os acordos forem retornando ao STF.
As audiências costumam ser rápidas, com duração de cerca de meia hora. Nessas entrevistas, os juízes apenas perguntam se os delatores prestaram informações de livre e espontânea vontade, sem coação por parte dos investigadores do MP. As audiências são feitas pela mesma equipe do ministro Teori Zavascki, relator original do caso e morto em acidente de avião na semana passada.
Segundo auxiliares, Cármen Lúcia continua conversando com os colegas de tribunal para chegar a uma solução para repassar os processos da Lava Jato para um novo relator, que substituirá Teori Zavascki, morto num acidente de avião na semana passada. A expectativa é que essa definição ocorra até a semana que vem.
O ‘herdeiro-prodígio’ que virou risco político
Marcelo Odebrecht, presidente da construtora Odebrecht e réu na Operação Lava Jato, sorri durante sessão da CPI da Petrobras em Curitiba. Ele se recusou a falar sobre o processo judicial e negou a possibilidade de assinar acordo de delação premiada (Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters)Marcelo Odebrecht está preso desde junho de 2015 (Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters)












A ascensão de um dos maiores líderes empresariais brasileiros foi interrompida pelas investigações da Operação Lava Jato. Marcelo Odebrecht, de 48 anos, foi preparado para comandar o grupo empresarial criado pelo seu avô, Norberto Odebrecht, e presidido durante 10 anos por seu pai, Emilio Odebrecht.
Depois de preso, o herdeiro-prodígio viu seu nome envolvido em denúncias de corrupção. Teve de renunciar à presidência da Odebrecht e a todos os cargos que exercia nas diversas empresas do grupo. Mesmo que saia da prisão, não deverá voltar tão cedo à linha de frente da maior construtora do país.
Enquanto a Odebrecht tenta virar a página, Marcelo busca minimizar sua pena através do acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal (MPF). Ele deverá dizer o que sabe sobre os negócios irregulares feitos pela construtora.

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