Aquilo de “Se Trump ganhar, me mudo para o Canadá” perdou a graça
A noite eleitoral começou tão bem para Donald Trump que as redes sociais recuperaram uma brincadeira que está sendo cada vez mais levada a sério: a frase “se Trump ganhar, me mudo para o Canadá”. Tanto é que o site da imigração desse país caiu logo antes de 0h (horário de Brasília), momento aproximado em que o candidato republicano superou a democrata Hillary Clintonna apuração. Não está confirmado se isso ocorreu por causa dos acesos de norte-americanos querendo consultar os requisitos para se mudar para uma nação cujo primeiro-ministro, Justin Trudeau, é para muitos o completo oposto de Donald Trump.
Not joking: Canada's Immigration site just crashed. #Elections2016
Não é brincadeira: o site da imigração do Canadá acaba de cair. #Eleições2016
Não parece provável uma fuga em massa dos Estados Unidos, e é muito possível que tudo seja consequência do nervosismo, mas no Twitter a brincadeira também foi recuperada ao longo da noite, inclusive por parte de partidários do candidato republicano: não são poucos os que torcem para que os simpatizantes de Clinton façam as malas. Tem gente que não sabe ganhar.
Feliz Dia Nacional de se Mudar para o Canadá, América. Estamos ansiosos por passear com vocês nos nossos renamóveis.
Todo mundo se muda para o Canadá desse jeito.
Amanhã pode ser um dia esquisito, com tudo mundo indo embora para o Canadá. Certamente o tráfego vai ser intenso.
Stop all this "moving to Canada" joking. Focus on defending those who'll be at greater risk of involuntarily leaving US now. #ElectionNight
Chega de piadas com “se mudar para o Canadá”. Concentrem-se em defender quem está sob um risco maior de deixar os EUA involuntariamente.
O próprio Canadá tuitou algo que foi interpretado como um aceno a possíveis imigrantes que queiram fugir de Trump. A conta oficial do país dizia que “incentivamos os imigrantes a trazerem suas tradições culturais consigo e a compartilhá-las com seus concidadãos”. Sim, é uma mensagem muito genérica, que não fala concretamente dos norte-americanos, mas o momento da sua publicação acabou sendo muito oportuno, quase suspeito. Mais de 20.000 retuítes em apenas duas horas. E o prefeito de Montreal, Denis Coderre, tuitou que o departamento de atendimento aos imigrantes da cidade abrirá de forma excepcional depois das eleições.
Já em março, um funcionário do Google relatou na sua conta do Twitter que o interesse por buscas relacionadas à migração para o Canadá havia tido um crescimento de 350% depois que Trump despontou como favorito nas primárias republicanas. A empresa confirmou que se tratava do maior pico de sua história. Ainda se pode observar esse aumento no gráfico das tendências do buscador, onde também se nota a recente recuperação do interesse pelo assunto.
Já naquela época, várias publicações explicaram como um norte-americano poderia se mudar para o país vizinho: Vogue, Vox, Mic, The Huffington Post e Mashable, que também recomendava outros destinos, como Nova Zelândia, Irlanda, Svalbard (Noruega) e Suécia.
Não é a primeira vez surgem ideias semelhantes. Já se dizia o mesmo com Bush, no ano 2000, com a diferença que naquela época os simpatizantes dos democratas queriam se mudar para Londres. O cineasta Robert Altman e o ator Alec Baldwin, entre outros, fizeram essa ameaça, sem cumpri-la. Quando se repetiu o ultimato em 2004, o escritor Tom Wolfe, próximo dos republicanos, se ofereceu a ir ao aeroporto para desejar boa viagem a todos os democratas que prometiam partir.
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