A agressão ocorreu em 15 de janeiro, no posto de combustíveis onde o homem trabalha, no Sudoeste. Frentista precisou ser hospitalizado
CARLOS CARONE
CLEUCI DE OLIVEIRA
Antes de aterrorizar funcionários e moradores do Bloco G da 115 Norte, a secretária Simone
Natalie Buoso, 45 anos, já tinha esfaqueado um ex-companheiro, em janeiro deste ano. A mulher ficou conhecida depois de ser detida por invadir ao menos duas vezes o prédio onde mora um analista da Câmara dos Deputados que se envolveu amorosamente com ela. Assustado, o servidor teve que pedir à Justiça a aplicação de medidas protetivas para mantê-la afastada.
O Metrópoles apurou que a mulher, detida pela Polícia Militar em pelo menos quatro oportunidades, deu duas facadas nas costas do frentista Valdomiro Gonçalves da Silva, 27 anos. A agressão, de acordo com a ocorrência registrada na 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro), foi em 15 de janeiro, em um posto de combustíveis no Sudoeste.
Valdomiro e Simone manteriam um relacionamento conturbado, segundo testemunhas ouvidas pelos investigadores. Os relatos apontam que houve outros casos de agressão envolvendo o casal, todos registrados pela polícia. Um deles foi o esfaqueamento de janeiro.
O frentista, que estava no posto no momento do ataque, foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado para o Hospital de Base. Valdomiro ficou internado para tratar de duas lesões provocadas pela lâmina.
No inquérito aberto pela Polícia Civil, Valdomiro relatou aos investigadores que Simone ia “frequentemente ao local de trabalho para perturbá-lo”. O chefe do frentista chegou a adverti-lo que, caso a situação se repetisse, ele poderia ser demitido.
Em depoimento à polícia, Simone negou que tivesse esfaqueado o frentista e afirmou que o ex-companheiro teria feito os ferimentos por conta própria. A mulher contou que se afastou de Valdomiro por alguns instantes e, quando olhou para ele, o homem segurava a faca suja de sangue.
Ao Metrópoles, Simone disse que foi ao posto porque Valdomiro prometeu pagar uma suposta dívida. “Ele me devia dinheiro e me chamou para ir ao trabalho dele. Chegando lá, não quis nem falar comigo.” No entanto, a mulher se negou a comentar a agressão relatada no inquérito da Polícia Civil.
A reportagem entrou em contato com Valdomiro, que negou conhecer Simone ou ter mantido um relacionamento com ela, apesar do depoimento prestado pelo próprio frentista aos investigadores da 3ª DP.
Estupro e furtoNem todas as passagens de Simone Natalie Buoso pela polícia a colocam na condição de agressora. Em ao menos duas ocorrências registradas pela mulher, ela é a vítima. Em fevereiro deste ano, por exemplo, a secretária relata ter sido estuprada por um homem de 1,80m que usava capuz, roupa escura e portava uma arma de fogo. O caso foi notificado à 6ª DP (Paranoá).
Ainda de acordo com Simone, ela teria sido obrigada a ingerir um líquido — que não soube identificar — e a engolir o colar usado por ela no momento da agressão. No depoimento, a secretária disse suspeitar que o ex-companheiro tivesse envolvimento no crime, apesar de o criminoso ser um homem desconhecido.
Em outro boletim de Simone, ela conta que a casa onde mora, no Paranoá, foi invadida por alguém. Os armários e os móveis teriam sido revirados. Embora nada tenha sido levado, a mulher registrou a ocorrência como furto. Ela acusou Valdomiro porque a porta da frente não foi arrombada e o ex-companheiro tinha a chave do imóvel.
Segundo os boletins de ocorrência obtidos pela reportagem, existem ainda dois registros policiais feitos por Simone em dezembro de 2015 — um na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) e outro na 6ª DP.
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