quarta-feira, 1 de abril de 2015

Rombo fiscal aumenta em fevereiro e governo sinaliza forte contingenciamento


BRASÍLIA (Reuters) - O setor público brasileiro registrou déficit primário de 2,3 bilhões de reais no mês passado, puxado pelo desempenho negativo do governo central e levando o resultado fiscal em 12 meses a registrar déficits recordes, em um cenário que ressalta a necessidade de um amplo contingenciamento dos gastos para a cumprimento da meta do ano.
Em 12 meses até fevereiro, o déficit primário foi de 35,8 bilhões de reais, ou o recorde de 0,69 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central nesta terça-feira.
Com isso, o déficit nominal, que incluiu os gastos com o pagamento dos juros da dívida pública, subiu para 380 bilhões de reais no mesmo período, equivalente ao patamar recorde de 7,34 por cento do PIB, quase 1 ponto percentual superior ao registrado nos 12 meses até janeiro.
A meta de superávit primário de 2015 é 66,3 bilhões de reais, correspondente a 1,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor público consolidado, um alvo considerado ambicioso após o Brasil ter registrado déficit primário de 0,64 por cento do PIB no ano passado e em meio ao forte efeito da economia fraca sobre a arrecadação federal.
"O contingenciamento terá o tamanho necessário para o cumprimento da meta, essa é uma sinalização importante", disse o secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, sobre os cortes nos gastos do Orçamento que deverão ser anunciados nos próximos dias.

Nos dois primeiros meses do ano, o setor público consolidado registrou superávit primário de 18,8 bilhões de reais, ante 22 bilhões reais em igual período do ano anterior

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